O Savassi Club ou Igreja
Batista Lagoinha Savassi, inaugurado no início deste ano, tem todas as
características de uma boate. Música alta ao vivo tocada por bandas de
diferentes "tribos", intenso jogo de luzes coloridas, iluminação
neon, paredes pretas, camarote e salas de estar.
Somente dois aspectos
diferenciam o local de outras casas noturnas: não há "pegação", ela é
substituída pela pregação, e os drinques não têm álcool, explica o pastor
Victor Câmpara, 27.
"Estamos fazendo um
trabalho específico de evangelização desses jovens. Aceitamos todas as
'tribos'. Roqueiro, playboy, metaleiro, hipster, skatista, gay. Sem
preconceitos, queremos receber todos os jovens", diz Câmpara.
Flaviano Marques da
Costa, 29, o pastor Flavinho, explica que a implantação da boate-templo na
Savassi tem o objetivo atrair para a Igreja Batista os jovens que frequentam as
baladas nas casas noturnas da Savassi.
"A ideia é que a
evangelização possa alcançar todas essas 'tribos'. Por ser um bairro boêmio,
que atrai muitos jovens, investimos na Savassi para deixar o lugar com cara de
boate. É atraente para os jovens. O louvor tem cara de boate mesmo",
afirma.
Segundo o pastor
Flavinho, a boate-templo já tem cerca de mil frequentadores.
"Se uma pessoa
chegar aqui, drogada ou bêbada, vai ser recebida da mesma forma. É claro que
não vai utilizar nada aqui dentro, mas vamos conversar com esses jovens",
diz Câmpara.
"Um casal de
namorados pode vir, claro. Mas não vai haver 'pegação' aqui. Só pregação."
Cura gay?
Priscila Coelho, 31,
apresentadora de uma TV evangélica em Belo Horizonte, é responsável pelo
acolhimento de lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e
transgêneros na boate-templo. Segundo ela, participam do grupo cerca de cem
jovens, que descobriram o evangelho desde a implantação do templo.
"Primeiro falamos
de Deus para essas pessoas. Depois vem a evangelização. Deixar de ser gay é
consequência. Se a pessoa tem fé no Evangelho, ela deixa de ser gay",
afirma Coelho, que diz que já se relacionou com "várias garotas".
Ela solta uma gargalhada
quando o repórter lhe pergunta sobre a cura gay e explica o conceito.
"Cura gay não existe. Não existe ex-gay. A pessoa crê no Evangelho,
acredita em Jesus e não pratica. É isso", diz.
"Com 24 anos
descobri Jesus e deixei de ter relações sexuais com outras mulheres. Eu era
infeliz. Mas não sei se vou namorar ou ter relacionamentos com homens. Ainda
não", afirma.(Uol)
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