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sábado, 25 de abril de 2015

Boate-templo em bairro boêmio de BH tem pregação no lugar de "pegação"


Carlos Eduardo Cherem/UOL
A Igreja Batista da Lagoinha, com 63 templos em Belo Horizonte (67 mil membros) e um em Niterói (no Rio, com 5.000 membros), criou uma boate-templo na Savassi, área nobre da capital mineira e local da maior concentração de boates, bares, restaurantes e hotéis da cidade.

O Savassi Club ou Igreja Batista Lagoinha Savassi, inaugurado no início deste ano, tem todas as características de uma boate. Música alta ao vivo tocada por bandas de diferentes "tribos", intenso jogo de luzes coloridas, iluminação neon, paredes pretas, camarote e salas de estar.

Somente dois aspectos diferenciam o local de outras casas noturnas: não há "pegação", ela é substituída pela pregação, e os drinques não têm álcool, explica o pastor Victor Câmpara, 27.

"Estamos fazendo um trabalho específico de evangelização desses jovens. Aceitamos todas as 'tribos'. Roqueiro, playboy, metaleiro, hipster, skatista, gay. Sem preconceitos, queremos receber todos os jovens", diz Câmpara.

Flaviano Marques da Costa, 29, o pastor Flavinho, explica que a implantação da boate-templo na Savassi tem o objetivo atrair para a Igreja Batista os jovens que frequentam as baladas nas casas noturnas da Savassi.

"A ideia é que a evangelização possa alcançar todas essas 'tribos'. Por ser um bairro boêmio, que atrai muitos jovens, investimos na Savassi para deixar o lugar com cara de boate. É atraente para os jovens. O louvor tem cara de boate mesmo", afirma.

Segundo o pastor Flavinho, a boate-templo já tem cerca de mil frequentadores.

"Se uma pessoa chegar aqui, drogada ou bêbada, vai ser recebida da mesma forma. É claro que não vai utilizar nada aqui dentro, mas vamos conversar com esses jovens", diz Câmpara.

"Um casal de namorados pode vir, claro. Mas não vai haver 'pegação' aqui. Só pregação."

Cura gay?
         
Priscila Coelho, 31, apresentadora de uma TV evangélica em Belo Horizonte, é responsável pelo acolhimento de lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros na boate-templo. Segundo ela, participam do grupo cerca de cem jovens, que descobriram o evangelho desde a implantação do templo.

"Primeiro falamos de Deus para essas pessoas. Depois vem a evangelização. Deixar de ser gay é consequência. Se a pessoa tem fé no Evangelho, ela deixa de ser gay", afirma Coelho, que diz que já se relacionou com "várias garotas".

Ela solta uma gargalhada quando o repórter lhe pergunta sobre a cura gay e explica o conceito. "Cura gay não existe. Não existe ex-gay. A pessoa crê no Evangelho, acredita em Jesus e não pratica. É isso", diz.

"Com 24 anos descobri Jesus e deixei de ter relações sexuais com outras mulheres. Eu era infeliz. Mas não sei se vou namorar ou ter relacionamentos com homens. Ainda não", afirma.(Uol)

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