Depois do aumento de
8,4% na conta de água em março, os pernambucanos podem se deparar em breve com
um novo reajuste. A Compesa aguarda a Celpe se pronunciar sobre a atualização
da sua tarifa para saber se repassará a diferença para o consumidor ou se
assumirá o prejuízo. Nesse último caso, mantendo o valor atual da tarifa de
água, a companhia desviará recursos dos investimentos para cobrir o impacto com
a energia. O assunto foi tratado pelo presidente da Compesa, Roberto Tavares,
durante o programa Cidade Viva, que abordou tema dos recursos hídricos do
Estado. O programa foi transmitido pelos veículos do Sistema Jornal do
Commercio de Comunicação (Rádio Jornal e Portal NE10).
“O aumento vai depender
do tamanho da conta de energia e dos investimentos que estamos dispostos a
cortar”, disse Tavares. O presidente não precisou a partir de qual percentual a
Compesa repassará o reajuste para o consumidor. “Por exemplo, 10% é um aumento
muito alto para quem já sofreu um reajuste”, acrescentou. A Compesa pagava por
mês cerca de R$ 11 milhões de conta de energia. Com a tarifação da bandeira
vermelha, o valor passou para R$ 14 milhões. Ainda este mês, a Celpe deve
anunciar de quanto será o reajuste.
O racionamento de água
na Região Metropolitana do Recife (RMR) e no interior também foi discutido.
Durante o programa, foram exibidos depoimentos de moradores do Recife, Paulista
e Itapetim (Sertão) reclamando da falta d’água.
Ontem, técnicos da
Compesa estiveram em Caruaru para analisar o volume de água na barragem de
Jucazinho, que caiu de 12% para 8% da sua capacidade. Após a compilação de
dados, a Companhia anunciará na próxima semana se a cidade retornará ao sistema
de racionamento.
Para a RMR, Tavares
citou os projetos de instalação de novas redes de distribuição em áreas de
morro. A obra está em execução no Ibura, ao custo de R$ 50 milhões, e a Compesa
pretende iniciar uma obra semelhante nos morros da Zona Norte do Recife,
abrangendo locais como Alto José do Pinho, Alto do Mandu e Nova Descoberta.
Esse último projeto está orçado em R$ 75 milhões e o Estado busca recursos
junto ao Ministério das Cidades ou através de financiamento do Banco Mundial
para executar.
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