O consumidor deve
preparar o bolso: a gasolina pode ficar 14% mais cara. O governo pretende
aumentar a Cide (imposto dos combustíveis) em R$ 0,50 por litro. Se prevalecer
essa intenção, o preço médio no país passará de R$ 3,55, para R$ 4,05.
Atualmente, arrecada-se R$ 12,5 bilhões com a somatória da Cide e Pis-Cofins
que juntas custam R$ 0,22. Com essa alta, o Ministério da Fazenda estima
arrecadar mais R$ 15 bilhões ao ano. O impacto na inflação será de 0,9%.
O diretor do Centro
Brasileiro de Infra Estrutura (CBIE), Adriano Pires, constata que, com esse
aumento, o brasileiro vai pagar bem mais caro pelo combustível de petróleo que
o registrado no mercado internacional. Nos Estados Unidos paga-se hoje US$ 0,77
pelo litro; na China sai a US$ 0,98. Com o dólar cotado a R$ 3,87, a
gasolina custa agora US$ 0,91. Com o aumento, passará para US$ 1,04. E junto
com a alta da gasolina, toda o custo da cadeia de produção aumenta
automaticamente e tira ainda mais a competitividade do país.
Pires alerta que, se o
governo aumentar o preço da gasolina por meio do reajuste da Cide, além de
péssima notícia para o consumidor, será uma novidade terrível também para a
Petrobras, pois o dinheiro não vai para o caixa da empresa. “Tenho certeza que
no dia que for anunciado o aumento da Cide, as ações da Petrobras vão despencar
na bolsa. A empresa precisa se capitalizar, mas com a Cide, esse dinheiro não
vai para a empresa. Vai direto para os cofres do Tesouro. Isso vai passar para
o mercado que o governo tem como único objetivo aumentar a arrecadação, sem se
importar com as dificuldades da companhia”, apontou.
Para o gerente comercial
Cleyton Sampaio, de 30 anos, um novo aumento no preço da gasolina será um baque
no orçamento. “Fica muito complicado, porque moro longe e hoje em dia dependo
do carro para tudo”, lamenta. Ele já fez todos os cortes possíveis quando
sentiu no bolso o impacto do aumento dos preços no começo do ano. “Mesmo
economizando, meus gastos com combustível estão ficando tão altos quanto os com
alimentação. Se subir mais, não tenho o que fazer, porque o transporte público
não é uma boa opção”, afirma.
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