O Alto Comissário das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), Antonio Guterres, pediu nesta sexta-feira (4) que a União Europeia (UE) implemente um programa de recolocação para abrigar 200 mil imigrantes em todos seus países-membros.
“A Europa está enfrentando o maior fluxo de imigrantes
das últimas décadas e são necessárias medidas urgentes e corajosas”, disse
Guterres. “As pessoas que possuem um pedido válido de proteção devem se
beneficiar de um programa de recolocação de massa, com a participação
obrigatória de todos os Estados-membros da UE”, defendeu o comissário.
Já o general norte-americano Martin Dempsey, chefe de
Estado-maior das Forças Armadas dos EUA, disse em uma entrevista à rede ABC que
a crise de imigrantes e refugiados na Síria e no norte da África é uma
“emergência enorme” que durará mais de 20 anos.
De acordo com entidades internacionais, o fluxo
migratório que atinge a Europa é o maior desde o fim da Segunda Guerra Mundial
(1939-1945). Ontem, o presidente francês, François Hollande, e a chanceler
alemã, Angela Merkel, disseram que apresentariam propostas para amenizar a
crise. Em uma carta enviada hoje aos líderes europeus, a dupla pediu a criação
imediata de “hot-spots”, que são considerados centros para imigrantes pedirem
asilo. Eles desejam que estes locais estejam plenamente em atividade até o fim do
ano.
Alguns países europeus já começaram a adotar medidas. A
Polônia, por exemplo, anunciou a criação de um plano que permitirá o
recebimento de cinco mil a 30 mil refugiados, a maioria sírios e eritreus. O
Reino Unido também deve acolher cerca de quatro mil refugiados sírios e de
regiões centrais do Oriente Médio, de acordo com a porta-voz da Acnur, Melissa
Fleming. O governo britânico, porém, ainda não confirmou a cifra.
A Hungria, a Grécia e a Itália são consideradas os
principais portas de entrada de imigrantes para a Europa devido à proximidade
territorial com nações do Oriente Médio e do norte da África que enfrentam
situações de instabilidades internas e guerras.
Nesta semana, a crise migratória chamou a atenção mundial
após a publicação de uma foto de um menino sírio de 3 anos, identificado como
Aylan Kurdi, morto em uma praia da Turquia, em uma tentativa de viajar com sua
família até a ilha grega de Kos.
Fonte: Agência ANSA
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