A vida das mulheres na
Caatinga é marcada por muito trabalho, muita luta, mas também por muitos
saberes. O bioma Caatinga está ameaçado pelo contexto social, econômico,
ambiental e político desfavorável à sua existência e preservação. Um exemplo de
que essa realidade pode mudar é agricultora Ariane Souza, 46 anos que há 19
anos atrás só pensava em brocar as plantas, queimar o lixo, deixar jogado no
meio do mato, queimar os basculhos (mato seco). Com a troca de experiências e
as formações realizadas pelo Projeto Mulheres na Caatinga, executado pela Casa
da Mulher do Nordeste, com patrocínio da Petrobras, por meio do Programa
Petrobras Socioambiental, a agricultora mesmo com poucos estudos conheceu o
mundo das mulheres e de seu território. Após 2 anos, passou a repor as plantas
e fazer uma reserva do bioma caatinga em seu sítio.
No sítio de Ariane na
comunidade de Monte Alegre, a regra agora é não ter mais lixo jogado no
quintal. “se tem umas bolsas soltas assim, a gente vai catar, que de
primeiro era adeus dará. E agora é preciso preservar o meio ambiente, é muito
importante para nossas vidas”, relata. A Casa da Mulher do Nordeste é a
única organização que faz assessoria técnica a agricultora, que por meio da
Associação de Monte Alegre, conheceu o Mulheres na Caatinga. “A assessoria da
Casa contribui muito para a minha vida, aprendi sobre o direito da Mulher e
aprendi a trabalhar mais com as plantações, muita troca de experiências, eu
gosto mais sou muito tímida pra falar, é bom sair pra aprender mais por que
ficando aqui num aprende nada não. E agora estou saindo pra fora de casa, antes
não saia. E assim eu vou aprendendo mais com as companheiras”, completou.
Além do quintal
produtivo, a agricultora possui uma criação animal, com bodes, porcos e
galinhas. Ela dedica seu tempo a preservação das mudas do bioma caatinga
integrando-as à seu quintal e animais. “Eu comecei a fazer varias coisas e eu
comecei ter minhas plantas e produzir minhas próprias mudas, de 200 espécies
que plantei 80% delas sobreviveram, porque eu fiquei aguando, e a ideia agora é
eu repor as que morreram, tem uma área aberta na minha propriedade que eu vou
fechar e fazer um espaço reservado. Também vou colocar juazeiro e aroeira, e
bode adora aroeira, já serve como alimento”, contou.
O Projeto Mulheres na
Caatinga vem ser uma semente na região do Pajeú, onde destaca a importância do
papel das mulheres na convivência com o bioma Caatinga, desempenhando uma
função fundamental no manejo sustentável e no cuidado com a natureza. Através
das suas práticas agroecológicas nos quintais — com a plantação de hortaliças e
fruteiras; a criação de animais pequenos, como as galinhas; e o beneficiamento
das frutas.
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