Diário de Pernambuco
Um dia após a troca do relator do processo contra o
presidente da Câmara, Eduardo Cunha, no Conselho de Ética, integrantes chegaram
a trocar tapas na reunião. Logo no início da sessão, o deputado João Carlos
Bacelar (PR-BA), suplente, apresentou uma questão de ordem para reclamar de
supostos erros no sistema de registro de presença do colegiado. "Vossa
excelência está tumultuando o processo", respondeu o presidnete do
colegiado, deputado José Carlso Araújo (PSD-BA). Questionameto similar foi
motivo para uma discussão de mais de uma hora em outra sessão do Conselho.
Em seguida, discussão sobre uma representação contra
Araújo acirrou os ânimos dos parlamentares e os deputados Wellington Roberto
(PR-PB) e Zé Geraldo (PT-PA) chegaram a se agredir fisicamente. "Você
chamou de moleque todo mundo aqui", disse Wellinton Roberto. "Eu falo
o que quiser, mas não me toque. Aceito tudo menos você me tocar", rebateu
o petista. Integrantes do colegiaaram tiveram de intervir para evitar que a
briga se agravesse. O presidente do Conselho de Ética informou que ira pedir
vídeo e áudio da sessão para verificar o que aconteceu.
Passado o tumulto, Araújo pediu que os deputados
melhorassem a conduta e disse que as confusões “envergonham” o Conselho.
"Aqui não é lugar da disputa corporal. Ninguém vai ganhar ninguém aqui no
grito", ponderou". Ao responder à questão de ordem de Bacelar,
contudo, el fez uma crítica indireta a Cunha. "Ainda sou presidente do
Conselho enquanto vocês não me afastarem. Afastaram Pinato e agora querem me
afastar. Eu estou aguardando chegar o meu dia porque aqui pode tudo",
disse.
Denunciado na operação Lava-Jato por corrupção e lavagem
de dinheiro, o peemedebista têm atuado de maneira indireta para atrasar a
tramitação da representação que pode caçar seu mandato. Ele é acusado me mentir
à CPI da Petrobras ao negar ter contas no exterior.
Ontem a votação do parecer do então relator, deputado
Fausto Pinato (PRB-SP), apresentado em 16 de novembro, foi adiada pela sexta
vez. Em uma decisão monocrática, o vice-presidente da Câmara, deputado Waldir
Maranhão (PP-MA), também alvo da Lava-Jato, declarou Pinato como impedido de
permanecer na função por ser do mesmo bloco que Cunha no Conselho. A decisão
foi uma resposta a uma questão de ordem apresentada pelo deputado Manoel Júnior
(PMDB-PB), aliado do presidente da Casa. Com isso, Araújo escolheu o deputado
Marcos Rogério (PDT-RO) como novo relator.
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