"Eu percebo que os homens se protegem. As mulheres normalmente ficam de perna de fora e quando usam calça, usam sandália", disse |
Depois de dizer que
"sexo é para amadores e gravidez é para profissionais", o ministro da
Saúde, Marcelo Castro, deu mais uma declaração polêmica em relação às formas
que devem ser utilizadas para evitar uma epidemia ainda maior do zika vírus e
orientou que as mulheres vistam calças compridas. "Eu percebo que os
homens se protegem. As mulheres normalmente ficam de perna de fora e quando
usam calça, usam sandália. E o mosquito é um tanto tímido, não é tão agressivo
quanto pernilongo. Ele chega devagar e encosta nas extremidades", disse. Foi o que informou o Estadão Conteúdo.
Segundo o ministro, a
preocupação central do governo é com mulheres no período fértil e nos três
primeiros meses de gravidez, já que o zika vírus já foi apontado como responsável
pelo aumento de casos de microcefalia no País. "Nossa recomendação
essencial, sobretudo mulheres nos três primeiros meses de gestação, é evitar de
todas as maneiras o contato com mosquito, de calça comprida, roupa,
sapatos", completou.
Entre as ações que serão
adotadas pelo governo está a orientação de colocar larvicidas na água
transportada pelos caminhões-pipa no Nordeste. "Por causa da seca, as
pessoas acumulam água em vasilhames para utilizar e esses vasilhames estão
sendo hoje o principal criadouro dos mosquitos", disse.
Castro participou ao
lado da presidente da presidente Dilma Rousseff de reunião com governadores, no
Palácio no Planalto, para tratar do Plano Nacional de Enfrentamento à
microcefalia, lançado no sábado, 5, no Recife. A epidemia, segundo o governo,
já atinge 16 estados e pode se alastrar pelo país.
Na reunião, o governador
de São Paulo, Geraldo Alckmin, disse que pediu para que a Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizasse a liberação da fase 3 da vacina
contra dengue, produzida pelo Instituto Butantã, em São Paulo. Tanto a dengue
quanto a zika são transmitidas pelo mosquito Aedes Aegypti. "O processo
encontra-se parado na agência e o cenário traçado pelo ministério é que mesmo
com a liberação essa vacina estaria disponível somente em 2018", disse.
Castro reconheceu que a
vacina da dengue que o instituto Butantã está desenvolvendo ainda não chegou na
fase que pode ser utilizada e disse que "as novas tecnologias não estão à
nossa mão". "E vacina pra zika não tem ainda nenhum estudo que temos
conhecimento no mundo inteiro. Isso levaria muitos anos."
Nenhum comentário:
Postar um comentário