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terça-feira, 22 de março de 2016

Dilma diz em pronunciamento que "Não haverá golpe" e que jamais renunciará



"Não cabem meias palavras. O que está em curso é um golpe contra a democracia. Jamais renunciarei", afirmou a presidente. / Foto: Evaristo Sá/AFP

Do Estadão Conteúdo

No mais duro discurso desde que a Câmara aceitou o pedido de impeachment, a presidente Dilma Rousseff lançou nesta terça-feira, 22, uma espécie de "campanha da legalidade" para evitar o afastamento, chamado diversas vezes de "golpe", e disse mais de uma vez que "jamais renunciará sob qualquer hipótese". 

O pronunciamento foi feito no Palácio do Planalto, após encontro da presidente com juristas que foram a Brasília manifestar apoio à petista e rechaçar tentativas de interrupção do atual mandato

"Eu preferia não viver esse momento, mas me sobra energia e disposição. Jamais imaginei gastar forças para unir a sociedade em torno de uma campanha pela legalidade", afirmou Dilma. 

A presidente relembrou seu apreço pelo ex-governador Leonel Brizola, em uma comparação direta do atual momento com a campanha conduzida pelo político gaúcho para que o então vice-presidente João Goulart pudesse assumir o mandato presidencial em 1961, após a renúncia de Jânio Quadros, situação que desagradava aos militares da época. "Não cabem meias palavras: o que está em curso é um golpe contra a democracia."

A presidente afirmou mais de uma vez que não cometeu nenhum crime de responsabilidade, hipótese prevista na Constituição para que um presidente seja afastado do cargo. Para Dilma, "os que pedem a renúncia mostram fragilidade de convicção sobre o processo de impeachment".

Antes do discurso de Dilma, o advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, disse que o governo vai entrar com ações no Supremo Tribunal Federal para questionar o processo de impeachment em curso na Câmara. A medida foi anunciada após a reunião com juristas.

Ao encerrar o discurso, Dilma afirmou querer "tolerância, diálogo e paz" e concluiu usando o bordão criado pelos aliados do governo: "Não vai ter golpe".

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