Uma vacina experimental
contra a dengue,
o vírus mais comum transmitido por um mosquito, foi 100% eficaz em seus
primeiros testes, resultados que poderiam acelerar a criação de uma vacina
contra a zika - disseram pesquisadores nesta quarta-feira (16).
A dengue, da mesma
família dos flavivírus da zika, infecta cerca de 390 milhões de pessoas por ano
em mais de 120 países.
Seus sintomas são
geralmente leves, mas a cada ano mais de dois milhões de pessoas desenvolvem a
dengue hemorrágica, que pode levar a dores de cabeça severas, erupção cutânea e
dor atrás dos olhos, articulações, músculos e ossos.
Mais de 25.000 pessoas
morrem de dengue hemorrágica a cada ano.
"Sabendo o que
sabemos sobre esta nova vacina, temos a certeza que vai funcionar", disse
Anna Durbin, professora associada de medicina internacional na Escola
Bloomberg de Saúde Pública da Universidade Johns Hopkins e principal autora do
estudo.
- Quatro cepas -
A vacina candidata,
conhecida como TV003, foi testada num grupo de 48 pessoas. Metade delas foram
vacinadas e a outra metade recebeu um placebo.
A TV003 foi conduzida
por pesquisadores dos Institutos Nacionais de Saúde (NIH) dos Estados Unidos a
partir de uma mistura de vírus fracos mas vivos, cada um dos quais apontam para
os quatro sorotipos de dengue.
Seis meses após a
vacinação, ambos os grupos foram expostos a uma forma enfraquecida da dengue do
serotipo 2, que é a mais agressiva das quatro estirpes do vírus.
Pesquisas anteriores
sobre a TV003, que tem estado em desenvolvimento há 15 anos, mostraram que a
vacina funcionou bem impedindo os vírus 1, 3 e 4.
A "porção da vacina
foi projetada para evitar a dengue 2 mostraram uma resposta imunológica
significativa nas pessoas, pois em vez aconteceu nos outros três
componentes", disse a universidade em um comunicado.
Mas desta vez os
investigadores procuraram além da resposta imune e "rastrearam evidência
de infecção: o vírus no sangue, a erupção cutânea e a redução do nível de
células brancas do sangue".
Das 41 pessoas que
permaneceram no estudo até o fim, nenhuma das 21 que foram vacinadas mostraram
evidência de dengue.
Em troca, as 20 pessoas
no grupo placebo, todas, registraram o vírus da dengue no sangue. 80% deles
desenvolveram uma erupção cutânea e 20% apresentaram uma contagem de células
brancas do sangue baixa, sugerindo que seus corpos estavam lutando contra a
infecção.
O estudo foi realizado
nos Estados Unidos, onde a dengue não circula na população. Isto ajudou os
investigadores na identificação da eficácia da vacina em pessoas que não tinham
sido previamente expostas a qualquer estirpe de dengue.
No mês passado, começou
no Brasil um teste mais amplo de fase 3. Esta é uma das várias vacinas
candidatas atualmente em período de ensaios clínicos.
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