Pernambuco receberá mais
cinco novos shoppings até 2018, num investimento total de R$ 2,2 bilhões. Os
empreendimentos devem gerar 15 mil empregos. A expansão não é observada apenas
no estado. Só neste ano, mais 29 malls serão inaugurados em todo o Brasil,
sendo nove no Nordeste. Num primeiro momento, os números parecem fora de
sintonia com o atual cenário de retração de consumo do país, reflexo da
inflação e dos juros altos e da diminuição de empregos. Mas um levantamento da
Associação Brasileira de Shoppings Centers (Abrasce) aponta que há espaço para
novos projetos no segmento. Em Pernambuco, os malls faturaram R$ 5,7 bilhões em
2015, crescimento de 6% em relação a 2014.
“Cada empreendimento é
resultado de pesquisas extensas e de uma consultoria séria. Nenhum empreendedor
iria investir cerca de R$ 250 milhões, que é o valor médio de investimento na
construção, para perder dinheiro. Logo, cada área destas que irá receber um
novo mall tem comprovadamente uma demanda local que precisa de maiores opções
de varejo”, explica Adriana Colloca, presidente da Abrasce. Segundo ela, outro
fator quer continua mantendo o setor aquecido é que os investimentos em
shoppings contam com um longo prazo para o desenvolvimento total do mall e esse
prazo leva, no mínimo, uma década.
“Diferentemente de um
prédio, que o construtor termina e vende, um shopping é algo que é construído
para se administrar e crescer com ele”, afirma Adriana. O entusiasmo da
presidente da Abrasce destoa, no entanto, dos dados do levantamento da unidade
de shopping, varejo e imobiliário do Ibope Inteligência. Segundo a pesquisa,
divulgada no início da semana, a vacância média nos shopping centers
brasileiros inaugurados entre 2013 e 2015 chega a 45%. Isso corresponde a cerca
de 6 mil lojas desocupadas nos 77 centros comerciais inaugurados no período.
Apesar do potencial de
crescimento do segmento apontado pela Abrasce, a chegada de nova concorrência,
além da atual instabilidade da econômica, anda assustando os shoppings já instalados
em Pernambuco. Por causa disso, novas estratégias estão sendo pensadas para
aumentar o fluxo de clientes nos shoppings. Paulo Carneiro, presidente da
Associação Pernambucana de Shoppings Centers (Apesce), adianta que as
tendências no mercado local são oferecer mais entretenimento, como shows,
exposições e eventos comemorativos. “Outra tendência que deve chegar ao estado,
mais lentamente, são os outlets”, ressalta.
A especialização dos
malls também deve crescer no estado de acordo com Adriana Colloca. “Isso já
acontece em Pernambuco. Não tanto uma especialização por segmento de varejo,
mas o foco em classes sociais. O que devemos ver nos próximos anos é que mais
shoppings foquem num perfil de clientes específico, abrangendo um público mais
sofisticado ou mais popular”, detalha. Vale ressaltar que, atualmente, a
participação da classe A nos malls do Brasil, e isso se repete no Nordeste,
ainda é bem menor que o consumo das classes B, C e D. Juntas, conforme dados da
Abresce, essas classes correspondem a 80% do faturamento dos malls.
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