Henrique Meirelles diz que atual sistema previdenciário do país não é sustentável Foto: Ailton Freitas
Os brasileiros devem se
preparar para ficar muito mais tempo no mercado de trabalho antes de pedir a
aposentadoria por tempo de contribuição ao INSS. O ministro da Fazenda,
Henrique Meirelles, na mesma linha do presidente em exercício Michel Temer,
deixou claro, na noite de quarta-feira, que pretende defender uma idade mínima
para pedir o benefício, tanto para homens quanto para mulheres, aos 65 anos. Foi
a primeira vez que ele foi claro sobre o limite etário a ser sugerido, ao
defender mais uma vez a reforma da Previdência. Hoje, os brasileiros se
aposentam, em média, aos 57 anos, contra 64 dos europeus.
Meirelles voltou a dizer
que o sistema previdenciário brasileiro não é sustentável. De acordo com ele,
há o risco de pessoas que estão hoje no mercado chegarem ao período de
aposentadoria, e o sistema não ter como pagá-las. Por isso, a necessidade de
mudar as regras de concessão dos benefícios é urgente. Em entrevista ao SBT,
Meirelles foi categórico outra vez:
“O mais importante é
assegurar o benefício no futuro dos brasileiros. Não haverá como cumprir os
compromissos, porque não poderão ser financiados. Despesa pública é sempre paga
pela população. E o sistema previdenciário também”, disse ele, acrescentando:
“Temos que criar uma Previdência que garanta a aposentadoria para todos os que
têm direito”.
Sobre estabelecer a
mesma idade mínima para a aposentadoria de homens e mulheres, Meirelles se
baseia no que acontece no exterior.
“Isso aí nós estamos
estudando ainda. Mas a maior parte dos países está caminhando para isso”,
declarou.
Segundo o ministro, nada
está decidido. Na quarta-feira, um grupo formado por representantes do governo
e de centrais sindicais se reuniu para debater o tema. A proposta será
apresentada em 3 de junho.
A declaração do ministro
chegou junto a um novo estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS), que
apontou o aumento da expectativa de vida em cinco anos, em todo o mundo, nos
últimos 15 anos. O relatório pode servir de argumento para a reforma no Brasil,
visto que, à medida que a população vive mais, a Previdência Social tem que
arcar com o pagamento de benefícios por mais tempo. Neste ano, o déficit da
instituição deverá chegar a R$ 116 bilhões.
Extra-RJ
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