Envolvida nas investigações da Operação Lava Jato, a
construtora mineira Mendes Júnior vai sair da obra da Transposição do Rio São
Francisco. A empreiteira apresentou o pedido ao Ministério da Integração
Nacional em junho e a pasta afirmou que analisa, junto ao Tribunal de Contas da
União (TCU), como fará a substituição da empresa. O governo federal frisou que,
apesar da decisão da Mendes Júnior, a obra já está atrasada em seis anos, mas
não está parada.
“Estamos buscando fazer um processo de transição sem que
haja prejuízo do prazo. O otimismo é que nós vamos encontrar uma solução. A
obra não está parada”, afirmou o ministro Helder Barbalho, em nota.
O ministério tem dois contratos com a Mendes Júnior para
construção das estruturas de engenharia da primeira etapa do eixo norte da
transposição, um trecho de 140 km de extensão entre Cabrobó, no Sertão de Pernambuco
e o início do reservatório de Jati, no Ceará. São três estações de bombeamento,
canais, reservatórios e túnel. Essa etapa está com 87,7% de avanço.
Com problemas financeiros e para a obtenção de crédito
após o envolvimento na Lava Jato, a Mendes Júnior já deixou outras obras no
Estado. Uma delas é o Corredor Leste-Oeste, obra de mobilidade para a Copa do
Mundo de 2014 e que nunca ficou pronto. Agora, com dois terminais integrados e
estações de BRT sem conclusão, será necessária nova licitação. Outra é a
requalificação de um trecho de 30,7 km da BR–101 na região metropolitana do
Recife. A ex-controladoria geral da União declarou a empreiteira inidônea e a
empresa terá que passar dois anos sem assinar novos contratos.
Obra. O governo federal promete a conclusão da
transposição para o fim do ano. O argumento é que os repasses financeiros
mensais para o projeto aumentaram em até 43% desde maio. (O Tempo)
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