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quinta-feira, 21 de julho de 2016

População mais carente pode ficar novamente sem médicos, alerta Humberto



O Mais Médicos, criado pela presidenta Dilma Roussef em 2013, deve perder milhares de profissionais que hoje trabalham no programa. Os médicos cubanos que atuam no Brasil estão com seus contratos para serem encerrados em novembro, logo após as eleições municipais. A vinda desses profissionais foi fruto de uma parceria do Governo Federal com a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS).

Para o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), perder esses médicos é uma verdadeira tragédia. “É um absurdo esse presidente sem voto deixar isso acontecer. Esses profissionais estão em muitos lugares que nunca tiveram um só médico para atender à população. São milhões de brasileiros que morriam pela falta de atendimento e que hoje recebem o acolhimento até dentro de suas próprias casas”, reagiu o senador.

A estimativa é de que, pelo menos, 2.400 profissionais cubanos já deixem o Brasil em novembro deste ano. Ao todo são 18.240 médicos que participam do programa, dos quais 11.429 são cubanos, 1.537 são formados no exterior e o restante, médicos formados no Brasil. A presidenta Dilma editou medida provisória prorrogando o prazo inicial de três anos para mais três anos de permanência no Brasil, antes de ser afastada do cargo pelo Senado. A matéria, relatada por Humberto e com parecer favorável do líder do PT, está em discussão na Câmara dos Deputados.

A ideia do atual governo é que tal prorrogação ocorra apenas até novembro para que não faltem médicos durante as Olimpíadas e as eleições municipais. Desde que assumiu, o ministro da Saúde, Ricardo Barros (PP-PR), já deixou escapar várias vezes que tem a intenção de acabar com o Mais Médicos, mas sempre volta atrás após repercussões negativas.

“Os profissionais cubanos vieram cobrir uma lacuna que os médicos brasileiros nunca quiseram preencher. A presidenta Dilma realizou a parceria com a OPAS justamente para que os municípios não ficassem desassistidos”, enfatizou Humberto Costa. Hoje, o Mais Médicos está em 4.058 cidades e em 34 distritos de saúde indígena prestando atendimento a 63 milhões de brasileiros que nunca contaram com a assistência pública de saúde.

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