O Mais Médicos, criado pela presidenta Dilma Roussef em
2013, deve perder milhares de profissionais que hoje trabalham no programa. Os
médicos cubanos que atuam no Brasil estão com seus contratos para serem
encerrados em novembro, logo após as eleições municipais. A vinda desses
profissionais foi fruto de uma parceria do Governo Federal com a Organização
Pan-Americana de Saúde (OPAS).
Para o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), perder
esses médicos é uma verdadeira tragédia. “É um absurdo esse presidente sem voto
deixar isso acontecer. Esses profissionais estão em muitos lugares que nunca
tiveram um só médico para atender à população. São milhões de brasileiros que
morriam pela falta de atendimento e que hoje recebem o acolhimento até dentro
de suas próprias casas”, reagiu o senador.
A estimativa é de que, pelo menos, 2.400 profissionais
cubanos já deixem o Brasil em novembro deste ano. Ao todo são 18.240 médicos
que participam do programa, dos quais 11.429 são cubanos, 1.537 são formados no
exterior e o restante, médicos formados no Brasil. A presidenta Dilma editou
medida provisória prorrogando o prazo inicial de três anos para mais três anos
de permanência no Brasil, antes de ser afastada do cargo pelo Senado. A
matéria, relatada por Humberto e com parecer favorável do líder do PT, está em
discussão na Câmara dos Deputados.
A ideia do atual governo é que tal prorrogação ocorra apenas
até novembro para que não faltem médicos durante as Olimpíadas e as eleições
municipais. Desde que assumiu, o ministro da Saúde, Ricardo Barros (PP-PR), já
deixou escapar várias vezes que tem a intenção de acabar com o Mais Médicos,
mas sempre volta atrás após repercussões negativas.
“Os profissionais cubanos vieram cobrir uma lacuna que os
médicos brasileiros nunca quiseram preencher. A presidenta Dilma realizou a
parceria com a OPAS justamente para que os municípios não ficassem
desassistidos”, enfatizou Humberto Costa. Hoje, o Mais Médicos está em 4.058
cidades e em 34 distritos de saúde indígena prestando atendimento a 63 milhões
de brasileiros que nunca contaram com a assistência pública de saúde.
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