Os eleitores ativos nas
redes sociais reagiram a uma infinidade de assuntos diferentes, geralmente
pautados pela mídia, e fizeram muitas piadas. Porém, só houve engajamento em
massa nos dez últimos dias antes do pleito. Estas foram algumas das conclusões
de um estudo sobre o comportamento da internet nas eleições presidenciais de
2014.
Feita pela consultoria
Medialogue, a pesquisa utilizou dados coletados no Facebook e no Twitter de 05
de julho a 05 de outubro, data do primeiro turno das eleições, que mencionassem
os então candidatos que foram ao segundo turno, a vencedora Dilma Rousseff (PT)
e o segundo colocado Aécio Neves (PSDB).
A conversa, em geral,
não foi exatamente edificante. Apenas 4% das postagens foram em torno das
propostas de governo dos candidatos. Para comparação, piadas e memes
responderam pelo quádruplo de postagens.
A grande maioria das
conversas (70%) foi de reações ao noticiário, principalmente pautada pelos
grandes jornais, emissoras de TV e institutos de pesquisa.
Entre os jornais, a
Folha de São Paulo foi a que mais gerou discussão, respondendo por 11% do
total. Já entre os institutos de pesquisa, o que mais gerou conversas foi o
Datafolha (5,1% da discussão total). Nos debates, o que mais gerou postagens
foi o da Rede Globo, três dias antes do pleito, seguido pelo da CNBB, que
ganhou destaque pela troca de farpas envolvendo Aécio Neves (PSDB) e a
candidata Luciana Genro (PSOL). É o ponto alto das eleições, quando se fala em
engajamento dos usuários das redes sociais.
Ao todo, 10 milhões de
pessoas falaram sobre eleições no período analisado. Porém, um quarto das
postagens foi feita nos últimos dez dias. Segundo o estudo, este dado indica
que o usuário médio só se engajou no tema ao final da campanha, e no restante
do tempo é provável que houve a chamada “pregação para convertidos” ou
seja, eram de pessoas que já tinham definido voto.
Outra característica
interessante levantada pelo estudo é como os assuntos mudam rapidamente ao
longo do processo eleitoral. Em um dos dias da campanha os internautas chegaram
a discutir 40 polêmicas diferentes.
Para 2016, em um cenário
de redução de verba para a campanha devido ao fim das doações empresariais,
estar presente nas redes sociais terá ainda mais importância, mas só se isso
ocorrer de forma consistente.
Fonte: Folhapress
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