Em evento com
trabalhadores do setor farmacêutico, o líder do PT no Senado, Humberto Costa,
disse que a votação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC 241) pode
representar o início de um ciclo de aprovação de medidas impopulares que devem
ser apresentadas pelo governo de Michel Temer (PMDB). Segundo Humberto, “a PEC
mais atrapalha do que ajuda o País e deve aprofundar a recessão”.
Entre as medidas que
podem ser apreciadas após a votação da PEC está a Reforma da Previdência e a
Reforma Trabalhista. “A PEC é a porta de entrada para uma série de outras
propostas que vão penalizar mais uma vez do trabalhador. Alguns gastos vão
continuar crescendo porque, por exemplo, as pessoas vão continuar envelhecendo
e o governo vai precisar se adequar para que o custo não cresça. Então, vão ter
que mandar mais projetos com mais maldades. Vão ter que aprovar uma reforma
para que as pessoas tenham que se aposentar mais tarde. Estão falando em aposentadoria
com limite mínimo de até 70 anos. Isso é inadmissível”, afirmou o senador para
a plateia do 5º Encontro Norte e Nordeste de Farmacêuticos.
Segundo Humberto, a
proposta também deve aprofundar a crise econômica no país. “Uma política como
essa é difícil de consolidar. Eles usam o argumento de que o Brasil
precisa equilibrar as contas. Todo mundo concorda com isso, mas existem formas
diferentes de resolver essa questão. Se a gente for olhar a retrospectiva
econômica do nosso país, todos os momentos que o Brasil viveu o crescimento de
forma mais plena tiveram uma importante participação do Estado. Se a gente está
falando que as politicas sociais vão perder recursos, imagina como vão ficar os
investimentos”, questionou.
Para o senador, com
orçamento congelado, haverá ainda uma pressão maior de diversos setores para
garantir recursos. Ex-ministro da Saúde, Humberto acredita que a saúde poderá
ser uma das áreas mais afetadas pela PEC. “A tendência é de se construir um
orçamento ainda mais desigual. Mais pessoas vão nascer e vão precisar de
atendimento médico, mais pessoas vão envelhecer e tudo isso demanda. E mais: a
gente sabe que a Saúde evolui com o avanço tecnológico, com novos equipamentos.
Há uma demanda permanente para que os gastos se tornarem maiores. Então a saúde
terá um grande prejuízo com esse congelamento”, disse Humberto.
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