O ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva disse nesta segunda-feira, 28, em Belo Horizonte, ser
necessário “tomar o País de volta e consertar. Porque esse país não é deles. É
do povo brasileiro”. Durante o discurso na Expocatadores 2016, exposição anual
de catadores de papel e materiais recicláveis, Lula criticou o governo do
presidente Michel Temer e afirmou que se "não sabem governar, peçam
desculpas, vão embora, e deixem a gente governar", disse, se referindo ao
impeachment da presidente cassada Dilma Rousseff.
O ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva e o governador de Minas, Fernando Pimentel (PT),
participam de evento de catadores em Belo Horizonte Ricardo Stuckert|Divulgação
Lula não fez menção
direta sobre a possibilidade de voltar a se candidatar à Presidência da
República em 2018. “Não sei nem se vou estar vivo.” Porém, ao longo de todo o
seu discurso, afirmava que “é possível fazer muito mais políticas públicas e
nós provamos que é possível”.
Ao contrário do
posicionamento nem tão direto de Lula, o governador de Minas Gerais, Fernando
Pimentel (PT), que falou antes do ex-presidente, lançou o companheiro de
partido ao Palácio do Planalto em 2018. “Vou dizer uma coisa que está no
coração de todo mundo aqui. Ele (Lula) não vai gostar muito não. Presidente,
dois anos passam depressa, viu? É Lula de novo, com a força do povo.”
Também integrante da
comitiva do líder petista em Belo Horizonte, o ex-ministro-chefe da
Secretaria-Geral da Presidência da República no governo Dilma, Gilberto
Carvalho, disse que Lula “continua sendo o presidente do povo brasileiro e vai
voltar a ser o presidente do País”. O ex-auxiliar de Dilma afirmou haver uma
sórdida campanha contra Lula e que, diante disso, foi lançada a campanha Um
Brasil justo para todos e justo para Lula. O objetivo da campanha, segundo
Carvalho, é “rodar pelo País e infernizar a vida deles”.
Sobre as investigações
pelas quais passa no âmbito da Operação Lava Jato, o ex-presidente afirmou que,
às vezes, acredita que os meios de comunicação traçam um roteiro do que está
para ser feito. “E tenho certeza que não serei o mocinho”, reclamou. O ex-presidente
disse ainda que, quando menino, não teve coragem pra roubar uma maçã. “Não
seria agora, aos 71 anos, que eu iria decepcionar a minha mãe”, afirmou.
‘Fora, Golpista’
Ao lado de Lula,
Pimentel mostrou uma toalha entregue por participantes do encontro com a foto
do presidente da República, Michael Temer, e a frase “Fora, Golpista”.
Ao caminhar para o
palco, para discurso, os participantes do encontro entoaram os tradicionais
gritos de “Lula, guerreiro, do povo brasileiro”, e “olé, olé, olá, Lula, Lula”.
O ex-presidente é chamado pela categoria de “o primeiro amigo do catador”, por
apoio dado aos catadores durante seus dois mandatos como presidente da
República.
Conforme a assessoria do
ex-presidente, Lula ainda não decidiu se irá aos funerais de Fidel Castro em
Cuba.
Nesta terça-feira, 29,
Lula participa de ato público em uma ocupação urbana na região norte de Belo
Horizonte.
Na chegada à
Expocatadores, e nem durante o discurso, Lula não quis comentar as denúncias
feitas pelo ex-ministro da Cultura Marcelo Calero contra o presidente Temer, no
episódio envolvendo o ex-ministro Geddel Vieira.
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