Diário de Pernambuco
O protesto contra a PEC
55 (PEC dos gastos públicos), acontecido na Avenida Conde da Boa Vista, no
início desta terça-feira, resultou na prisão de 52 pessoas, segundo informa a
Polícia Militar de Pernambuco. 30 foram encaminhadas à Central de Flagrantes. O
restante seria de adolescentes, que foram liberados ainda no Centro da cidade.
Caio Moura, advogado da
Comissão Popular de Direitos Humanos, afirma que quando chegou ao Centro, perto
da Faculdade Joaquim Nabuco, encontrou o pessoal preso sentado no chão.
"Essas pessoas na dispersão da manifestação estavam indo a uma rua e a PM
as prendeu. Não teria como a polícia identificar cada um e prendeu todo
mundo". Tal prisão ilegal, segundo o advogado.
A PM alega que os
manifestantes estariam provocando arrastão e causando danos ao patrimonio. Caio
Moura disse que arrastão não é tipificado como crime e a PM não poderia prender
os manifestantes por isso. Sobre os supostos danos ao patrimônio, o advogado
diz que teria que ter testemunhas e identificar um a um (os manifestantes).
Caso contrário, todos devem assinar Termo Circunstanciado de Ocorrência e a
polícia deve liberar a todos.
Manifestações
A Proposta de Emenda à
Constituição foi aprovada em segundo turno nesta terça-feira, gerando
manifestações por todo o Brasil.
A mobilização, que
começou pacífica, saiu do controle ao chegar num dos principais corredores de
tráfego da cidade. Encapuzados, alguns manifestantes atearam fogo em lixo,
quebraram paradas de ônibus, depredaram agências bancárias do Itaú, Bradesco e
do Santander e até a loja C&A. Assustados, os comerciantes fecharam as
portas mais cedo.
O protesto foi
articulado no Recife por quatro centrais sindicais: a Central Única dos
Trabalhadores (CUT), a Central Sindical e Popular (CSP Conlutas), a
Intersindical e a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB). O
movimento ainda é endossado pelo movimento estudantil, pela Frente Popular Povo
Sem Medo, Frente Popular Brasil Popular e pelo Levante Popular da Juventude.
Apesar da convocação ter sido de base sindical, a maior parte dos presentes na
manifestação era de estudantes.
Além de contra a
aprovação da PEC 55, o ato também foi um protesto contra a Reforma no Ensino
Médio e que pedia a renúncia do presidente Michel Temer ("Fora
Temer"). "O motivo principal é a PEC 55. Mesmo já tendo sido
aprovada, ela continua no foco porque vai desencadear outras coisas negativas
para o povo. O pacote inteiro ataca os direitos dos trabalhadores e por isso
nossa luta continua. Nenhum movimento social isolado vai conseguir bater de
frente com o governo, mas juntos somos mais forte. Fora Temer é pauta,
Congresso corrupto também, o projeto da Reforma Política e, claro, a Reforma no
Ensino Médio. A luta é de todos", esclareceu o coordenador do CSP
Conlutas-PE, Hélio Cabral.
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