Pelo menos 30% dos
municípios pernambucanos registraram casos de investidas violentas contra
agências e correspondentes bancários em 2016. Os dados, apresentados pelo
Sindicato dos Bancários nesta sexta-feira (20), apontam ainda um total de 346
ações criminosas durante o ano passado, com mais de metade das cidades
atingidas no Agreste do estado.
De acordo com o
sindicato, foram 250 arrombamentos ou explosões em caixas eletrônicos, agências
bancárias e dos Correios, além de 34 assaltos à mão armada. Ao longo de 2016,
também foram registradas 36 investidas contra Casas Lotéricas e Caixa Aqui.
Ainda segundo a
entidade, também houve 10 ataques a carros-fortes e 16 sequestros, sendo cinco
de funcionários de agências bancárias e 11 dos Correios. Já entre os
equipamentos levados pelos criminosos, foram roubadas 174 armas, 204 projéteis
e cartuchos, e 26 coletes.
Para a presidente do
sindicato, Suzineide Rodrigues, os números evidenciariam uma falta de compromisso
do poder público com a segurança da população. “Vemos a polícia dizendo que
está investigando, mas não vemos resultados. Não acho que a polícia esteja
cumprindo o seu papel, seja por falta de estrutura ou de investimento”,
afirmou.
O sindicato também vai
pedir à Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe) para que todos os
municípios possam adotar uma lei semelhante à lei do Recife 17.684/2010. A
legislação da Capital obriga os bancos a instalarem equipamentos de segurança,
como vidros blindados, porta com detectores de metais e câmeras.
Saúde dos funcionários –
Para o diretor do sindicato, João Rufino, a maior preocupação, depois do susto
causado pelas ações criminosas, é com a saúde dos funcionários. “Muitos dos
nossos colegas precisam se aposentar depois dessas ações”, afirmou. Somente em
2016, dos 712 comunicados de acidentes de trabalho que o sindicato recebeu, 230
se tratavam de doenças psiquiátricas, muitas que teriam sido causadas por
traumas após as ações criminosas.
“Saúde” dos municípios
atingidos – O sindicato lembrou também da situação econômica que fica os
municípios atingidos por essas investidas. “Muitas pessoas precisam se deslocar
para outras cidades e lá mesmo fazem suas compras, acabando com o comércio de
suas cidades de origem”, lembrou Suzineide. As grandes filas em bancos que
recebem clientes vindos de outras cidades também foi destacado.
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