Agência Brasil
O nome do empresário
Eike Batista, alvo da Operação Eficiência, deflagrada hoje (26) no Rio de
Janeiro, foi incluído na lista de procurados da Interpol, a polícia
internacional. Após de não localizar o empresário pela manhã, a Polícia Federal
(PF) solicitou ao juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal no Rio e que
autorizou o mandado de prisão do empresário, que formalizasse o pedido de
inclusão do nome de Eike na lista, o que ocorreu no decorrer do dia. Com isso,
o empresário pode ser preso no exterior, ser extraditado e passou a ser
considerado foragido internacional.
A solicitação da PF foi
feita mesmo após o advogado de Eike, Fernando Martins, ter dito que o
empresário pretende se
entregar o mais breve possível à Justiça. O advogado afirmou
que o empresário está em Nova York, nos Estados Unidos, onde participa de
reuniões de negócio.
O nome de Eike foi
incluído na chamada difusão vermelha da Interpol, que elenca criminosos que
cometeram pedofilia, lavagem de dinheiro e terrorismo.
As investigações apontam
que Eike Batista e o executivo Flávio Godinho, seu braço direito no grupo EBX e
vice-presidente do Flamengo, são acusados de terem pago US$ 16,5 milhões ao
ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral em troca de benefícios em obras e
negócios do grupo, usando uma conta fora do país. Eike Batista, Godinho e
Cabral também são suspeitos de terem obstruído as investigações.
O delegado federal Tacio
Muzzi, um dos coordenadores da Operação Eficiência, disse, em entrevista à
imprensa, que ainda não é possível informar se Eike foi para os Estados Unidos
com intenção de fugir. “Estamos tendo cuidado para ver se há espontaneidade de
ele se apresentar à Justiça.” A Polícia Federal tenta confirmar o embarque de
Eike para Nova York, na última terça-feira (24), com um passaporte alemão, quando
a Justiça já tinha emitido o mandado de prisão dele, datado de 13 de janeiro.
A Polícia Federal no Rio
de Janeiro prendeu na manhã desta quinta-feira o doleiro Álvaro Novis, o
operador Sérgio de Castro Oliveira, o advogado Thiago Aragão e o executivo Flávio
Godinho. Os quatro fazem parte da organização criminosa liderada pelo
ex-governador Sérgio Cabral, conforme as investigações da Operação Eficiência,
que faz parte da Operação Lava Jato. A nova operação apura um esquema usado
para ocultar mais de R$ 340 milhões enviados ao exterior. Cabral foi preso em
operação anterior, a Calicute, e está detido no Complexo de Gericinó, no Rio.
Pelos crimes de
corrupção, lavagem de dinheiro e evasão de recursos, os procuradores do
Ministério Público Federal (MPF) pediram à Justiça a prisão de dez pessoas,
tendo sido nove autorizadas, incluindo a de outro ex-assessor de Cabral,
Francisco Assis Neto, e do empresário Eike Batista, ambos fora do país. Os
demais pedidos de prisão foram contra o próprio governador, o ex-assessor
Carlos Miranda, além do ex-secretário estadual de governo Wilson Carlos, que
também já estão detidos acusados de serem beneficiados e de comandar o esquema.
Nenhum comentário:
Postar um comentário