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domingo, 29 de janeiro de 2017

Grupo quer separação do Nordeste do Brasil



Jconline

“Imagine o Brasil ser dividido e o Nordeste ficar independente”. Os versos de Ivanildo Vilanova e Bráulio Tavares, que ficaram famosos na voz de Elba Ramalho, é o desejo de um grupo de estudiosos do tema, sediado no Recife. Porém, ao contrário da música, que exalta principalmente a cultura da Região, sugerindo um jangadeiro para senador e um homem da roça como suplente, um cantador na presidência e o vaqueiro liderando partido político, o movimento separatista tem, principalmente, razões econômicas.

A ideia surgiu no final da década de 1980, em uma turma de mestrado de Economia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Na época, eram cerca de 15 pessoas que defendiam a ideia. Hoje, são cerca de sete pessoas engajadas em Pernambuco e cerca de 50 no Nordeste, algumas de fora do grupo inicial. “É um grupo pacifista que quer debater o assunto e mostrar para o Nordeste que a melhor via seria a separação completa, uma ruptura radical e a constituição de um novo país”, explica um dos líderes do movimento, o engenheiro e professor de economia do meio ambiente da UFRPE, Jacques Ribemboim, que no pleito de 2016 foi candidato a vice na chapa de Carlos Augusto Costa (PV), na disputa pela Prefeitura do Recife. A dupla alcançou 0,62% dos votos.



O engenheiro citou que, há pelo menos 120 anos, o Nordeste sofre um processo de neocolonialismo interno que, para ele, é mais grave do que o colonialismo tradicional, com ocupação militar e retirada de bens. No neocolonialismo, explicou, a exploração se dá mais na troca de relações comerciais. “Há essa troca desigual, levando matéria prima e mão de obra abaixo dos valores praticados no mercado internacional e em troca nos devolve os produtos manufaturados e industrializados a preços muito mais altos. O Nordeste, enquanto independente, poderia romper essa questão para negociar direto no mercado internacional e com outros países”, explicou. Para ele, o modelo atual beneficia apenas o crescimento da Região Sudeste em detrimento do Nordeste.

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