Mais um ministro do
governo Michel Temer e outro ex-presidente da República estão na lista de
pedidos de abertura de inquérito apresentada pelo procurador-geral da
República, Rodrigo Janot, ao Supremo Tribunal Federal, com base nas delações
premiadas da Odebrecht. O titular da Agricultura, Blairo Maggi (PP), e o
ex-presidente e ex-senador José Sarney (PMDB-AP) são alvo da Procuradoria,
segundo o jornal Valor Econômico. Os motivos dos requerimentos não foram
informados.
Questionado nesta
terça-feira, 21, no Paraná, Blairo Maggi negou relação com a Odebrecht. “A
chance de estar nesse negócio é zero. Não tenho, nunca tive, contato com a
Odebrecht”, disse o ministro. Para ele, a lista da PGR deveria ser divulgada
logo para que “pessoas que não estão envolvidas não sofram bullying”.
Até agora, os pedidos de
investigação alcançam, além de Blairo Maggi, ao menos seis ministros – de
acordo com o Valor, o Planalto já foi informado de que nove titulares da
Esplanada são citados nas colaborações. Entre ex-presidentes, há pedidos de
apuração contra Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff.
O governador de São
Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), também está no “pacote” que Janot enviou ao STF
com solicitações de abertura de inquéritos, segundo o jornal O Globo. O
pedido seria relativo a repasses da Odebrecht às campanhas do tucano em 2010 e
2014. Ontem, Alckmin negou caixa 2.
“Sobre campanha
eleitoral, nós sempre a fizemos com rigor ético e legalidade”, disse o tucano.
Ele, no entanto, defendeu a apuração. “Se tiver qualquer citação,
investigue-se.”
O presidente do PSDB,
senador Aécio Neves (MG), é citado em ao menos seis peças, conforme O
Globo, enquanto o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha (PMDB), aparece em
três – em uma delas, haveria detalhes sobre acerto da Odebrecht ao PMDB
negociado em reunião no Palácio do Jaburu. O ex-prefeito do Rio Eduardo Paes
(PMDB) e o deputado Pedro Paulo (PMDB-RJ) também são mencionados, segundo o
jornal.
O Globo ainda
afirmou que, citados pela empreiteira, os ministros do Tribunal de Contas da
União (TCU) Vital do Rêgo e Aroldo Cedraz também estão na mira do
procurador-geral.
Citados. Aécio
disse ao jornal O Globo que aguarda decisões da Justiça para prestar
esclarecimentos. Paes, Pedro Paulo, Padilha e Sarney não comentaram. Os
ministros do TCU disseram ao jornal desconhecer o teor de eventual citação.
Lula já declarou que “tem se defendido na Justiça de falsas acusações”. Dilma
afirmou que “nunca surgiram provas ou indícios” do envolvimento dela em
corrupção.
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