Três barragens localizadas no Sertão e
uma no Agreste voltaram a armazenar água graças às chuvas registradas nas
regiões, na última semana. Em Custódia, no Sertão do Moxotó, a Barragem de
Marrecas, que estava em colapso desde novembro de 2014, conseguiu
acumular hoje (17) 1,4 milhão de metros cúbicos de água, o que
corresponde a 6,49 % da sua capacidade de armazenamento e vai permitir
que a Compesa reative o sistema de abastecimento da cidade. No Sertão do
Pajeú, a Barragem do Rosário, que secou em dezembro de 2015, começou a
armazenar água do Rio da Volta, e a Barragem de Brotas, situada em Afogados da
Ingazeira, e que estava inoperante há oito meses, acumulou 20% da sua capacidade
total. As chuvas também levaram boas notícias para uma cidade do
Agreste. A Barragem de São Sebastião, que entrou em colapso em fevereiro
deste ano, recuperou 20% da sua capacidade total, e até o final desta semana
volta a abastecer a população de Panelas pela rede de distribuição.
Com o volume acumulado na Barragem de
Marrecas, em Custódia, que tem a capacidade de acumular 21,6
milhões de metros cúbicos, a Compesa pretende dentro de 20 dias, restabelecer o
sistema e fornecer uma vazão de 22 litros de água por segundo para o abastecimento
da cidade, que hoje é atendida apenas por três poços de Vila de Fátima,
localidade próxima a cidade de Afogados da Ingazeira. Com a colaboração
de Marrecas, o abastecimento de Custódia vai contar com o volume total de 36
l/s, possibilitando a redução do rodízio atual, que é de cinco dias com água e
23 dias sem, para três dias com água e 16 dias sem. A água de Marrecas
também vai garantir a manutenção do novo calendário por 11 meses na cidade.
Já no Sertão do Pajeú, a Compesa dedica esforços para,
dentro de dez dias, iniciar os testes para reativar a operação do Sistema
Brotas, beneficiando as populações de Afogados da Ingazeira e Tabira - juntas,
somam 69 mil pessoas (área urbana). Hoje, as duas cidades são atendidas pela
Adutora do Pajeú que permite, em Afogados da Ingazeira, cumprir o calendário de
dois dias com água e dez dias sem, enquanto que, em Tabira, o rodízio é de dois
com água e até 20 dias sem. A Compesa realiza medições diárias do nivel da
Barragem de Brotas, que apresenta agora 4 milhões de metros cúbicos, e cujo
volume acumulado vem aumentando dia a dia. A companhia trabalha para retomar a
operação do sistema, tratar a água de Brotas e melhorar o abastecimento de
Afogados da Ingazeira e Tabira.
O Sistema do Rosário ainda depende de mais chuvas na
região para voltar a operar e abastecer 14 mil pessoas nas cidades de Iguaracy,
Tuparetama e Ingazeira. Até o momento, a chuvaque caiu na região não foi
suficiente para completar o volume morto, mas o rio continua afluindo para o
Rosário, o que aumenta as chances de recuperação do manancial. Desde que a
Barragem do Rosário (32 milhões de metros cúbicos) secou, as três cidades
passaram a ser atendidas pela Adutora do Pajeú, no regime de rodízio de dois
dias com água e 10 dias sem o abastecimento.
Agreste - Até o final desta semana, os moradores de
Panelas, no Agreste, voltam a receber água nas torneiras. Isso porque a
Barragem São Sebastião registra 20% da sua capacidade de armazenamento - que é
de 250 mil metros cúbicos de água - e tem condições de ofertar para a cidade a
vazão de 10 l/s. A companhia ainda realiza ajustes operacionais no sistema de
abastecimento e tratamento de água para retomar o fornecimento de água para a
cidade. O novo calendário de abastecimento da cidade será divulgado até o final
deste mês. Atualmente, Panelas recebe água por meio de seis estações de
abastecimento, que são alimentadas por carros-pipas.
As chuvas na região Agreste também refletiram em
melhorias no abastecimento de Quipapá e São Benedito do Sul. Os municípios são
atendidos por barragens de nível - que não acumulam água, dependem
exclusivamente do volume de água dos rios-situadas no Riacho Areias e Riacho
Água Fria localizados em Quipapá e São Benedito do Sul, respectivamente, e que
estão vertendo água. A Barragem de Jucazinho, o principal reservatório do
Agreste, localizada em Surubim, permanece em colapso. Não choveu na região o
suficiente para alterar o quadro do manancial que secou em novembro do
ano passado.
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