Após uma semana de
trocas de ameaças entre Estados Unidos e Coreia do Norte, a China admitiu nesta
sexta-feira (14) que uma guerra pode “começar a qualquer momento” na região.
“Existe a sensação de que o conflito pode começar a qualquer momento. Acho que
todas as partes envolvidas devem manter alta a vigilância sobre essa situação”,
disse o ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi.
Demonstrando o apoio da
China para qualquer tentativa de diálogo, o chanceler comentou ainda que, em
uma eventual guerra entre EUA e Coreia do Norte, “não haverá vencedores”.
“Pedimos para todas as partes pararem com as provocações e ameaças e não
permitirem que a situação se torne irreparável ou fora de controle”, pediu Wang
em uma coletiva de imprensa com o chanceler francês, Jean-Marc Ayrault. A
imprensa chinesa informou hoje que os voos entre Pequim e Pyongyang operados
pela Air China serão suspensos a partir de segunda-feira (17).
A Rússia, apesar dos
conflitos ideológicos com os EUA, também demonstrou preocupação com a situação
e está acompanhando os fatos. “É com grande preocupação que seguimos a escalada
de tensão na península coreana. Pedimos que todos os países dêem provas de
moderação”, comentou Moscou, de acordo com a agência Tass.
Um dos maiores aliados
dos EUA na Ásia, o Japão já começou a analisar as possibilidades de uma guerra.
“Estudamos qualquer possilidade de ação para responder à crise”, disse o
vice-chanceler de Tóquio, Han Song-ryol. As Forças Armadas norte-coreanas
anunciaram que estão dispostas a adotar “as medidas mais duras” contra os
Estados Unidos, caso o governo de Donald Trump continue “com as provocações”.
“As nossas respostas às
ações mais duras contra os EUA e seus vassalos serão tomadas sem nenhuma
piedade, as quais não permitirão ao agressor sobreviver”, disse um porta-voz do
Comando-Geral de Pyongyang, em uma declaração divulgada pela agência oficial de
notícias KCNA. Já os EUA tinham dito que estavam prontos para disparar um
“míssil preventivo”, com armas convencionais, contra a península coreana.
A tensão entre Estados
Unidos e Coreia do Norte existe há anos, mas se intensificou desde que Trump
assumiu a Casa Branca, em janeiro. O republicano mantém uma gestão mais
combativa que seu antecessor, Barack Obama, e ameaça atacar o país asiático
caso o regime de Pyongyang continue com seus testes militares.
Via Agência ANSA
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