Dos políticos alvos de abertura de inquérito hoje (11)
por determinação do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF),
os presidentes do PSDB, senador Aécio Neves (MG), e do PMDB, senador Romero
Jucá (RR), são os que acumulam o maior número de pedidos de investigações,
cinco ao todo. Eles foram citados nos depoimentos de delação premiada de
ex-diretores da empreiteira Odebrecht, no âmbito da Operação Lava Jato.
Ex-governador de Minas Gerais e candidato derrotado à
Presidência da República em 2014, Aécio foi citado nas delações feitas por
Marcelo Odebrecht, Benedicto Barbosa da Silva Júnior, Sérgio Luiz Neves,
Cláudio Melo Filho e Henrique Valladares. Nas denúncias apresentadas ao STF, o
Ministério Público Federal (MPF) diz que o tucano praticou os crimes de
corrupção ativa, passiva e lavagem de dinheiro.
No primeiro inquérito, os executivos da maior empreiteira
do país afirmam à força tarefa da Lava Jato que Aécio recebeu pagamento de
vantagens indevidas em seu favor e em benefício de aliados políticos.
No segundo, os delatores relataram promessa e pagamento
de vantagens indevidas ao senador mineiro em troca do apoio do parlamentar em
assuntos de interesse da Odebrecht relacionados às usinas hidroelétricas de
Santo Antônio e Jirau, no Rio Madeira.
O terceiro inquérito aberto para investigar a conduta do
senador é baseado nas declarações de Benedicto Barbosa e Marcelo Odebrecht de
que pagaram a Aécio Neves e aliados “vantagens indevidas” durante campanha
eleitoral em 2014.
À Operação Lava Jato, Benedicto Barbosa e Sérgio Luiz
Neves disseram que repassaram de forma ilegal, a pedido de Aécio Neves, R$
5,475 milhões para a campanha eleitoral do então candidato ao governo de Minas
Gerais e hoje senador Antonio Anastasia.
O quinto inquérito investigará a suspeita de que Aécio,
no início de 2007, recém-empossado para o segundo mandato como governador de
Minas Gerais, teria organizado esquema para fraudar processos licitatórios,
mediante organização de um cartel de empreiteiras, na construção da Cidade
Administrativa (ou Centro Administrativo) de Minas Gerais.
Romero Jucá
Atendendo aos pedidos do Ministério Público, dois
inquéritos foram abertos para investigar exclusivamente Romero Jucá. Em um
deles, os procuradores sustentam que o parlamentar teria recebido R$ 4 milhões
para atuar de acordo com os interesses da Odebrecht no Congresso Nacional,
auxiliando a aprovação de uma resolução que reduziria a disputa fiscal entre os
estados para o desembarque de mercadorias em portos.
Em um segundo inquérito, no qual são citados diversos
parlamentares que teriam atuado em favor da empresa no episódio da licitação da
Usina Hidrelétrica de Santo Antônio, Jucá teria recebido, segundo o Ministério
Público, R$ 10 milhões da empreiteira e da construtora Andrade Gutierrez.
Juntamente com seu filho, Rodrigo de Holanda Menezes
Jucá, o senador é alvo de um terceiro inquérito no qual são apontadas
irregularidades com o objetivo de a Odebrecht ver aprovada outra legislação
favorável a seus interesses. Para isso, o parlamentar teria solicitado doações
a seu filho, que concorria ao cargo de vice-governador de Roraima, no valor de
R$ 150 mil.
Em um dos despachos que coloca o maior número de
parlamentares do PMDB em investigação, Fachin aceitou inquérito contra o
presidente do Senado, Eunício Oliveira, o líder do partido na Casa, Renan
Calheiros, o atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o deputado
Lúcio Vieira Lima, além de Jucá. O Ministério Público Federal pediu para
investigar os parlamentares por supostamente participarem de um esquema onde
receberam propina para aprovar projetos legislativos de interesse da empresa.
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