Pernambuco terá a sua
primeira unidade de conservação exclusivamente marinha: a Área de Proteção
Ambiental (APA) Recifes Serrambi. A área proposta para ser transformada em APA
marinha tem 78 mil hectares - quase o mesmo quantitativo em campos de futebol -
e tem como limites, ao norte, o estuário do rio Maracaípe, em Ipojuca e, ao
sul, Tamandaré, inserida na APA Federal Costa dos Corais. A extensão
corresponde a aproximadamente 18 milhas náuticas (33 km), tendo em seu entorno
os municípios de Ipojuca, Sirinhaém, Rio Formoso e Tamandaré.
A ideia da proposta, a
ser apresentada nesta sexta-feira (31), durante reunião do Conselho Estadual de
Meio Ambiente (Consema), é proteger o ambiente e não prejudicar os usos
sustentáveis da área, hoje vulnerável a diversos conflitos ambientais. A
reunião ocorre às 9h, na sede da Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade
(Semas), no bairro dos Aflitos, Zona Norte do Recife.
A categoria Área de Proteção Ambiental (APA) é uma unidade de conservação de uso sustentável, ou seja, compatibiliza atividades humanas de forma que não afete diretamente os recursos naturais. Assim, dentre as categorias de Uso Sustentável, transformar o território em APA se mostrou a mais adequada. É o que justifica o secretário-executivo da Semas, Carlos André Cavalcanti.
“Considerando o uso
desordenado e a fragilidade do ambiente marinho, faz-se importante
transformá-lo em unidade protegida. Mas, como há atividades pesqueiras, de
turismo e lazer ficaria inviável propor uma Unidade de Conservação de Proteção
Integral, ou seja, que restringisse todo e qualquer uso. Não é vetar
atividades, mas ordenar os usos nessas áreas.”
O pisoteamento excessivo
sobre os recifes de corais e os mergulhos em áreas que deveriam ter maior
proteção, aponta Cavalcanti, são alguns dos problemas recorrentes. Segundo ele,
essa pressão sobre ambientes marinhos afeta a regeneração da fauna e flora. “À
medida que se tem menos corais, a biodiversidade marinha diminui. Recifes de
corais são verdadeiros banquetes de alimento e abrigo para muitos peixes”,
comenta. As ações a serem desenvolvidas pela gestão estadual e que nortearão a
melhor forma de manejar os recursos naturais serão incluídas num plano de
manejo.
O documento obrigatório
quando criada uma unidade protegida, estabelece as normas e as restrições para
o uso. “Uma das ferramentas mais importantes do plano é, justamente, o
zoneamento da UC. É essa parte que organiza espacialmente em zonas sob
diferentes graus de proteção e regras de uso e ocupação. O mergulho, por
exemplo, será permitido. Mas, não em toda a APA, pois nela estará inserida
áreas prioritárias de conservação”, detalha o gestor.
Corredor ecológico
Porém, não foi só o uso desordenado da área que levou a gestão estadual a escolher propositalmente o espaço. O limite sul da futura APA Marinha fará conexão com a parte da praia de Tamandaré. Por estar inserida na APA Costa dos Corais, essa ligação entre as unidades protegidas pode ser definida como corredor ecológico. Com mais de 413 mil hectares de área protegida, a APA Costa dos Corais é gerida pela União e abrange oito municípios em Alagoas e três em Pernambuco.
Porém, não foi só o uso desordenado da área que levou a gestão estadual a escolher propositalmente o espaço. O limite sul da futura APA Marinha fará conexão com a parte da praia de Tamandaré. Por estar inserida na APA Costa dos Corais, essa ligação entre as unidades protegidas pode ser definida como corredor ecológico. Com mais de 413 mil hectares de área protegida, a APA Costa dos Corais é gerida pela União e abrange oito municípios em Alagoas e três em Pernambuco.
“É essa ligação que se
tornará bastante importante para manter a diversidade, os estoques de peixes e
a resiliência ecológica. Os estudos foram bem estratégicos para apontarmos o
local certo”, afirma Cavalcanti.
Fonte: FolhaPE
Nenhum comentário:
Postar um comentário