Diário de Pernambuco
Proposta de reforma trabalhista foi aprovada na noite
desta quarta-feira (26) por 296 votos a 177, depois de muitos debates acirrados
em plenário e policiais cercando o Congresso. Parlamentares da oposição
apresentaram requerimento para impedir a votação, mas foram derrotados por 226
a 125 deputados. O placar elástico contra a oposição mostrou que a votação
também poderia ser semelhante. O PT, o PDT, o PSol, o PCdoB e a Rede, todos da
oposição, orientaram contra a aprovação do texto que foi relatado pelo
deputado. O PSB, o SD e o PMB, que transitam no bloco de independentes, também
deliberaram contra a reforma, mas os votos dos deputados oposicionistas não
foram suficientes. O PHS liberou sua bancada, mas houve voto dos infieis. A
proposta de reforma trabalhista é de autoria do governo Michel Temer. Ela foi
enviada à Câmara e votada na semana passada para ser debatida de forma urgente.
A intenção era evitar que a pressão da sociedade chegasse aos deputados. O
relator da matéria é o deputado Rogério Marinho (PSDB/RN).
A base governista tentou realizar uma votação sem que o nome dos deputados
fosse revelado - ou seja - secreta. Mas a iniciativa foi derrotada. "Se é
verdade o que vocês dizem, que esta legislação é boa, que vai garantir emprego
e manter todos os direitos de trabalhadores e trabalhadoras, por que estão com
medo de colocar as digitais nesta matéria? Queremos voto aberto”, sugeriu o
deputado Paulo Pimenta (PT-RS).
Em virtude do fim do período regimental da sessão, os deputados realizarão outra em seguida para começar a votar os destaques apresentados ao texto. A apreciação dos destaques deve entrar pela madrugada.
Segundo o deputado federal Tadeu Alencar (PSB), a reforma muda cerca de 100
artigos da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) e prejudica o trabalhador.
Ele inclusive lamentou a forma como a proposta foi votada, sem nenhum debate.
Já o deputado federal Danilo Cabral (PSB) acredita que o texto ainda pode ser
barrado no Senado, a depender da pressão da sociedade.
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