Nas últimas semanas a CMN percorreu sete municípios do
Sertão do Pajeú para inaugurar os quintais produtivos de agricultoras
assessoradas pela instituição. Ao todo foram 10 mulheres que receberam
melhorias em suas comunidades para a produção, apesar do período de estiagem prolongada.
Essa iniciativa faz parte do Projeto 15.282 de Implantação e Expansão de
Quintais Produtivos patrocinado pela Fundação Banco do Brasil, executado pela
CMN.
As mulheres receberam tela para estruturar seus quintais
produtivos, especial para as áreas da criação de galinhas e da produção de
hortaliças e plantas medicinais. Além disso, receberam alguns equipamentos,
como forrageiras, enxada, pá, bombas, canos e mangueiras para ajudar no sistema
de aguação, entre outros. “Para as mulheres essa melhoria veio em um bom
momento, agora elas possuem um local propicio para a criação de galinhas. E com
o cercado da horta, elas conseguem delimitar o espaço para que outros animais
não tenham acesso. Verificamos um aumento na diversidade de cultivos nos
quintais através das trocas de sementes e plantas”, conta Eliane Rocha, técnica
educadora da CMN que está realizando a assessoria às mulheres.
Outro destaque durante as inaugurações foram as trocas de
saberes e de produtos, puderam conhecer as experiências de cada uma que se
envolveu no projeto. “Gostei bastante da inauguração, conheci outras mulheres e
trocamos bastante. Agora tenho pimenta, coentro, alface, tomate, hortelã,
cidreira, milho verde. Com tudo isso não preciso comprar mais verduras com
agrotóxico”, disse a agricultora Marilene Silva, 43 anos, da comunidade de Poço
Redondo, município de Tabira. Ela conta que o acesso à água é difícil, mas com
a aquisição da bomba vai facilitar o trabalho. “Antes tinha que ir pegar água
com carro de boi para aguar as plantas. E agora que está chovendo, a bomba vai
poder puxar a água de um barreirinho que tenho aqui perto”, completou. Ela só
possui uma cisterna de 16 mil litros para consumo próprio, mas não para
produção.
Todas as mulheres fazem parte de algum grupo organizado
de mulheres, e por este motivo, a forrageira que adquiriram com o projeto será
usada pelo coletivo, contribuindo para a alimentação de pequenos animais. A
sororidade entre as mulheres e a aposta na auto-organização das mulheres é uma
das prioridades no trabalho desenvolvido pela Casa da Mulher do Nordeste. “Faço
parte do grupo de mulheres Renascer, da comunidade de Açude da Porta, e esse
projeto beneficiou a todas nós com o uso da forrageira que será usado por
todas. Também já deixei de comprar alface, coentro, cebolinha com agrotóxico.
Agora produzo meu próprio alimento, e a alimentação da minha família melhorou
bastante. Onde criava as galinhas era bem apertado, com o novo espaço vou
poder criar mais e agora elas tem até bebedouro”, relatou a agricultora Maria
Sineide Silva, 40 anos, do sítio de Macambira, São José do Egito.
O projeto está sendo desenvolvido nos municípios de Santa
Cruz da Baixa Verde, Flores, Afogados da Ingazeira, Tabira, Ingazeira, São José
do Egito e Itapetim. Como contrapartida, as mulheres tiveram que apoiar com a
instalação das telas, as estacas e o ajudante para o pedreiro construir o
galinheiro. O projeto terá continuidade até o final deste semestre, onde as
agricultoras continuam a receber a assessoria técnica da CMN para uma melhor
convivência com o semiárido.
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