Em resposta ao
duro discurso do presidente Michel Temer contra a sua pessoa,o procurador-geral
da República, Rodrigo Janot, afirmou nesta sexta-feira que há “fartos
elementos de prova” na denúncia que fez contra Temer pelo crime de corrupção
passiva com base nas delações da JBS. Em nota, o procurador frisou que a acusação
entregue ontem ao Supremo Tribunal Federal (STF) traz “registro de
voos, contratos, depoimentos, gravações ambientais, imagens, vídeos, certidões,
entre outros documentos” que “não deixam dúvida quanto à materialidade e a
autoria” do delito cometido pelo peemedebista.
“Rodrigo Janot cumpre à risca o comando constitucional de
que ninguém está acima da lei ou fora do seu alcance, cuja transgressão requer
o pleno funcionamento das instituições para buscar as devidas punições. Se
assim não fosse, não haveria um Estado Democrático de Direito”, diz parte do
texto divulgado pela procuradoria.
Em discurso nesta tarde, Temer fez um ataque direto
a Janot, comparando a sua proximidade com o ex-assessor presidencial Rodrigo
Rocha Loures, flagrado com uma mala de 500.000 reais da JBS e também
denunciado pelo MPF, à relação entre o procurador-geral e o ex-procurador da
República Marcello
Miller, que deixou o Ministério Público para ser advogado da JBS.
Ao lado de aliados, Temer ainda classificou a denúncia
como uma “peça de ficção” e “um trabalho trôpego” e que sua “preocupação
jurídica” com ela é “mínima”. “Examinando a denúncia, eu percebo e falo com
conhecimento de causa que reinventaram o código penal e incluíram uma nova
categoria: a denúncia por ilação”, afirmou ao lado de aliados políticos.
Para Temer ser julgado pelo STF, 342 dos 513 deputados
(ou dois terços da Câmara) precisam autorizar a abertura da ação penal contra
ele, o que o afastaria do cargo por 180 dias. O presidente busca sepultar
o processo movido por Janot o mais rápido possível, aproveitando uma maioria
que ainda ostenta na Casa. (Veja)
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