Fundador e ex-membro da Rede Sustentabilidade, o antropólogo e cientista político Luiz Eduardo Soares afirma que a líder política do partido, Marina Silva, pode ter perdido a chance de chegar às próximas eleições presidenciais como favorita após ter declarado apoio ao impeachment de Dilma Rousseff no ano passado.
"Quando ela assumiu essa posição, extremamente irresponsável
do ponto de vista da democracia, acho que ela queimou as caravelas
relativamente ao campo das esquerdas. Não só do PT, das esquerdas",
considera ele. "Isso circunscreve o seu potencial eleitoral e
político."
Soares elaborou as propostas das candidaturas de Marina
na área de segurança pública em 2010 e 2014 e deixou a legenda em outubro do
ano passado - um dos signatários de uma carta aberta em que sete intelectuais
anunciaram sua desfiliação, com críticas ao partido e a sua líder.
Para Soares, Marina deixou de ser "espontânea e
genuína", o que era a sua marca, e passou adotar posições
"ambíguas", e jogar o jogo "mais tradicional" da política.
Em entrevista à BBC Brasil, o cientista político
considera que o cenário para 2018 está em aberto e depende da possibilidade de
Lula se candidatar ou não. O caminho até lá também é imprevisível. "Hoje o
Temer já é dispensável para as elites", diz Soares. "Eu diria que sua
permanência é realmente incerta."
Especialista em segurança pública, critica a presença do
Exército no Rio e diz que o efeito é meramente simbólico, para transmitir uma
imagem de segurança à classe média.
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