Contagem regressiva para Feira do Livro do Vale do
Pajeú, que acontece na Estação do Forró e Vila Ferroviária, de 08 a 11
de agosto, conjuntamente com a já tradicional FLIST – Festa Literária de Serra
Talhada, que se unem em prol do fortalecimento do conhecimento pela inclusão
literária, trazendo uma ampla e diversificada programação. Além de shows de
malabarismo, palhaços, trapezistas, brincadeiras lúdicas e contação de
histórias integram a agenda dos eventos que envolverão lançamentos literários,
oficinas, palestras e leituras dramáticas com diversos nomes de respaldo na
região, no estado e no país que se movimentam em torno ainda de homenagem aos
70 anos do premiado escritor pernambucano Raimundo Carrero. “Ouvir Carrero
falar sobre literatura brasileira em geral, detendo-se no seu romance, é um
mergulho na nossa contemporaneidade”, comenta o escritor e dramaturgo Ronaldo
Correia de Brito, intitulado Comendador da Ordem do Mérito Cultural em
2013.
Grande entusiasta das comemorações em todo do
homenageado, Correia de Brito integra na próxima terça (dia 08), mesa com o
tema “A literatura não tem bons sentimentos” que envolverá conversa com Carrero
sobre a construção do seu universo literário. “Nós conversaremos sobre
literatura. Carrero dirá como chegou a ela e porque permanece escrevendo e
sobrevivendo através da escrita, mesmo depois de dois AVCs, que quase o matam.
Carrero, que se considera um escritor dono de uma técnica, falará do processo
de construção dos seus romances e personagens. Também falará sobre a
experiência com o jornalismo e qual a contribuição deste para a criação dos
seus romances. Eu serei mediador na conversa. A palavra será de Carrero, o
homenageado”, completa. Mas, a programação da Feira do Livro do Vale do
Pajeú envolverá também outras importantes ações de impacto que instigarão o
público da região em torno das artes, das letras e da cultura com apresentações
de grupos como “As Severinas”, o trio de pé de serra de artistas do Sertão
do Pajeú de Pernambuco.
Formado por Isabelly Moreira (triângulo, vocal e
declamações), Monique D'Angelo (sanfona, vocal e declamações) e Marília Correia
(zabumba), o trabalho é marcado por um com que busca repassar a cultura do
Sertão de Pernambuco com inovação trazendo uma roupagem própria a sucessos de
outros artistas que foram adaptados para o ritmo tradicional. E o grupo ainda
se orgulha da mistura das músicas com declamações de poetas populares (como
Chico Pedrosa, Greg Marinho, Bio de Crisanto e Lourival Batista) e textos mais
livres como de Fernando Pessoa. A poetisa e cantora Leda Dias ainda complementa
essa agenda com o show “Simplesmente” com participação especial de encerramento
do músico Truvinca, mestre da sanfona de 8 baixos. A programação ainda contará
com a apresentação do “Humor na Feira” com Zelito Nunes e Eugênio Gerônimo. “A
região tem uma forte tradição nas letras e na cultura dos cantadores, com
grandes cantadores como João Patriota, Sebastião Lira, José Catota e outros
nomes de muita referência na nossa literatura e na nossa poesia de viola. Serra
Talhada e a nossa região do alto do Pajeú tem toda essa tradição e enxerga
muito o mundo pelas letras. Quem não escreve, por exemplo, lê. Lê versos,
recitais, declama cordéis e outras formas escritas que mantém a continuidade
desse costume antigo pautado pela literatura. Por isso, criamos a FLIST para
contemplar essa fatia grande de produtores das letras que agora se soma com a
Feira do Livro do Vale do Pajeú numa parceria que vem para dar robustez ao que
já temos desenvolvido. E isso só nos estimula e mostra que não estamos sozinhos
nessa defesa da cultura do Pajeú. Existem outras pessoas igualmente
interessadas nesta pauta”, destaca Anildomá Williams, presidente da Fundação
Cultural de Serra Talhada.
No quesito formação, a Feira do Livro do Vale do Pajeú
oferece ao público workshop (“Criatividade e Escrita” com o escritor
Sidney Niceas) e uma oficina de editoração analógica, desenvolvida pelos
facilitadores Sabrina Carvalho e Camilo Maia da Editora Livrinho de Papel
Fínissimo, que irão mostrar a produção literária feita a partir da
construção de uma matriz com colagens dos conteúdos. “Esse tipo de construção
de publicação leva o público participante ao processo mais básico de editoração
de uma publicação, pondo-o em contato com todas as etapas da diagramação,
entendendo as sessões dos livros assim como as disposições de hierarquias de
informações e organização editorial. é o passo básico para o fanzine, que é uma
maneira caseira de se pensar, produzir e reproduzir um livro de maneira simples
e caseira. Hoje em dia já temos muitas feiras e eventos no circuito das
publicações independentes que discutem e comercializam os fanzines, como deles
surgem livros e publicações como etapa natural de desenvolvimento dessas
técnicas”, destaca Sabrina Carvalho, diretora da Livinhos, cuja expectativa é
de contribuir para a formação de 15 novos escritores aptos ao processo independente.
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