O presidente Michel Temer (PMDB) exonerou aliados de deputados dissidentes da base aliada que ocupavam cargos na administração federal. As demissões até agora envolvem apadrinhados de parlamentares do PSDB e do Centrão, grupo integrado por PP, PSD, PR e PTB, e fazem parte da retaliação do Palácio do Planalto aos que declararam voto a favor do prosseguimento da denúncia por corrupção passiva contra Temer.
As exonerações começaram no mesmo dia da votação da
denúncia contra Temer no plenário da Câmara, na última quarta-feira. Naquele
dia, o governo exonerou Thiago Maranhão Pereira Diniz Serrano do cargo de
superintendente regional do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais Renováveis (Ibama) da Paraíba. Para o lugar dele, nomeou
Bartolomeu Franciscano do Amaral Filho.
Maranhão tinha sido indicado pelo deputado Pedro
Cunha Lima (PSDB-PB). O parlamentar integra o movimento dos “cabeças-pretas”,
como ficaram conhecidos integrantes da ala jovem do PSDB que defendem o
desembarque do partido do governo. Cunha Lima foi um dos 21 deputados do PSDB
que votaram a favor da continuidade da denúncia contra Temer.
Nesta sexta-feira, foi publicada no Diário Oficial
da União (DOU) a exoneração do engenheiro Vissilar Pretto do cargo de
superintendente regional do Departamento Nacional de Infraestrutura de
Transportes (Dnit) de Santa Catarina. A demissão foi uma retaliação a Jorginho
Mello (PR-SC), responsável pela indicação de Pretto. Mello foi um dos nove
deputados do PR que votaram pela abertura de investigação contra Temer.
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