Intitulada “Transposição
não resolveu – Vazão menor e desvio de água mantêm 700 mil paraibanos sob
racionamento”, uma reportagem do portal de notícias UOL publicada ontem (9)
mostra o drama que a população de Campina Grande e região vive mesmo depois de começar
a receber água do Eixo Leste da Transposição do Rio São Francisco.
De acordo com a
reportagem, cinco meses após a inauguração do Eixo Leste da transposição do rio
São Francisco, as águas não chegaram na quantidade esperada ao principal ponto
de recebimento na Paraíba: o açude Epitácio Pessoa, no município de Boqueirão, no
Cariri do Estado.
Conforme a publicação,
ajustes em equipamentos, desvios e barramentos no rio são apontados como
problemas para justificar o atraso. A previsão inicial era que o mais
importante reservatório do interior do Estado tivesse água para encerrar o
racionamento que atinge cerca de 700 mil paraibanos em 18 municípios no dia 1º.
Mas a quantidade de água que chegou ao açude não permitiu retomar o
abastecimento integral, e o racionamento deve ser mantido, segundo Estado, até
o fim de agosto (26).
O açude está com 32,5
milhões de m³, usando 7,9% da sua capacidade. Segundo o Ministério da
Integração Nacional, a expectativa inicial era de que Epitácio Pessoa já
tivesse superado os 38 milhões de m³. Antes da inauguração do canal leste, o
açude estava no chamado volume morto, com apenas 2,9% da sua capacidade.
Desvios
Nos cálculos do
ministério, as ligações não autorizadas já desviaram cerca de 20 milhões de m³
nos últimos dois meses e meio – volume equivalente a quatro vezes a lagoa
Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro. O ministério pediu ajuda, no início de
agosto, ao Ministério Público do Estado para investigar os desvios.
A pasta culpa ainda
aterramentos, como pontes, que teriam sido feitos ao longo dos rios por
prefeituras, e que atrapalhariam o curso da água. A suspeita de furto de água
passou a ser investigada na última terça-feira (8) pela Polícia Civil
paraibana.
Procurado pela
reportagem do UOL, o Ministério da Integração Nacional explicou que o eixo
leste da transposição ainda está em fase de pré-operação desde março, o que
explicaria os ajustes em equipamentos. (foto/divulgação)
Via Carlos Britto
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