Helena Chagas – Blog Os Divergentes
Estamos cercados por uma profusão de pesquisas, muitas
feitas on line, sob critérios diversos e com resultados para todos os gostos. Sem
falar nas que não são divulgadas publicamente e chegam via redes e
mensagens. Às vezes, provocam mais confusão do que esclarecimentos. Quando
começam a convergir, porém, é bom prestar atenção. O fim de semana trouxe, via
Estadão, o Barômetro Político do Instituto Ipsos que, lida em conjunto com a
CNT/MDA da semana que passou, e com a Poder360 deste mês, confirma a
consolidação da aprovação de Lula e outras tendências, como um certo desgaste
de João Dória e uma inusitada desaprovação de Sergio Moro.
O Ipsos faz pesquisa mensal de credibilidade, e não afere
preferências eleitorais. Mas o resultado de setembro (entre os dias 1 e 14/9)
bate com os levantamentos que mantém o ex-presidente Lula na liderança para
2018, mesmo após a condenação por Sergio Moro e a quase delação de Antônio
Palocci, no dia 6 de setembro. Na comparação com agosto, a desaprovação de Lula
caiu de 66% para 59%, enquanto a aprovação subiu de 32% para 40%.
Ao mesmo tempo, seu principal adversário no duelo de
titãs da opinião pública, o juiz Moro, viu sua taxa de desaprovação alcançar
45%, bastante próxima da taxa de aprovação, que ficou em 48%. Há um ano, os
números de Moro eram 55% de aprovação x 27% de desaprovação. Para alguns
observadores de pesquisas, isso pode indicar que Lula vem sendo bem sucedido na
estratégia de vitimizar-se diante de Moro, e que o juiz pode estar exagerando
ao manter sua fama de mau nos depoimentos-confronto gravados em vídeo e
amplamente propagados pela mídia.
Desde o início da Lava Jato, a imagem do juiz não fora
abalada. Esse é um dado novo e importante para todos os estrategistas da
eleição de 2018, que, ao que parece, terá na corrupção um de seus pilares
discursivos. Será?
Outro dado do Ipsos que confirma tendência detectada
pelas pesquisas presidenciais é um certo desgaste do tucano João Doria, que
parece ter exagerado na dose de marketing e de viagens nos últimos tempos,
passando a ideia de ter abandonado a gestão de São Paulo. Sua desaprovação
subiu de 52% para 58%, enquanto a aprovação caiu de 19% para 16%. Ainda assim,
é o tucano em melhor situação, já que a desaprovação de Geraldo Alckmin chega a
75%, perdendo apenas para o campeão dos campeões, Michel Temer, reprovado por
94% dos entrevistados, e para Aécio Neves, com 89%.
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