A atriz, transformista e artista brasileira Rogéria
morreu na noite desta segunda-feira, no Rio de Janeiro, aos 74 anos. Ela havia
sido internada às pressas em uma unidade de saude na Barra da Tijuca. A causa
da morte teria sido um choque séptico.
Em julho, ela foi hospitalizada em uma clínica nas
Laranjeiras, na Zona Sul do Rio de Janeiro, após apresentar fortes dores nas
costas. O diagnóstico apontou infecção generalizada. Em agosto, ela enfrentou
novo internamento por infecção urinária. O tratamento incluiu novamente
passagem pela Unidade de Terapia Intensiva (UTI), por duas semanas. Em
seguida, recebeu alta e deixou o hospital.
À época, em entrevista ao site Uol, o empresário
dela chegou a comemorar a recuperação. “Estou muito surpreso, é só vitória.
Sabia que ela era respeitada e querida, mas não tinha noção de que o Brasil
inteiro orava por ela”, afirmou Alexandro Haddad.
Rogéria nasceu em 1943, no Cantagalo, no Rio de Janeiro,
e foi batizada com o nome Astolfo Barroso Pinto. Consciente da homossexualidade
desde cedo, virou transformista – artista capaz de explorar a sexualidade em
diversos personagens – na adolescência e, depois, enveredou pela carreira de
maquiadora. Na época do auge do rádio no Brasil, marcou passagem pelo auditório
da Rádio Nacional, sobretudo no programa de Emilinha Borba, de quem se dizia
fã.
A mudança de nome teria sido consequência de uma
abreviação, primeiro, para Rogerinho, modo pelo qual era tratada pelas atrizes
maquiadas por ela, e, depois, para Rogéria, epíteto pelo qual ficou conhecida
dali em diante.
De voz grave, sem papas na língua e reconhecida pela
expressividade forte, Rogéria se dizia satisfeita com o órgão sexual masculino
e se mostrava avessa a fazer uma operação para troca de gênero. Bem-humorada,
se dizia “o travesti da família brasileira”, uma forma de debochar do
preconceito e do moralismo característicos da formação cultural do país.
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