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terça-feira, 5 de setembro de 2017

Morre aos 74 anos a atriz Rogéria, que se dizia a travesti da família brasileira



A atriz, transformista e artista brasileira Rogéria morreu na noite desta segunda-feira, no Rio de Janeiro, aos 74 anos. Ela havia sido internada às pressas em uma unidade de saude na Barra da Tijuca. A causa da morte teria sido um choque séptico.

Em julho, ela foi hospitalizada em uma clínica nas Laranjeiras, na Zona Sul do Rio de Janeiro, após apresentar fortes dores nas costas. O diagnóstico apontou infecção generalizada. Em agosto, ela enfrentou novo internamento por infecção urinária. O tratamento incluiu novamente passagem pela Unidade de Terapia Intensiva (UTI), por duas semanas. Em seguida,  recebeu alta e deixou o hospital.

À época, em entrevista ao site Uol, o empresário dela chegou a comemorar a recuperação. “Estou muito surpreso, é só vitória. Sabia que ela era respeitada e querida, mas não tinha noção de que o Brasil inteiro orava por ela”, afirmou Alexandro Haddad.

Rogéria nasceu em 1943, no Cantagalo, no Rio de Janeiro, e foi batizada com o nome Astolfo Barroso Pinto. Consciente da homossexualidade desde cedo, virou transformista – artista capaz de explorar a sexualidade em diversos personagens – na adolescência e, depois, enveredou pela carreira de maquiadora. Na época do auge do rádio no Brasil, marcou passagem pelo auditório da Rádio Nacional, sobretudo no programa de Emilinha Borba, de quem se dizia fã.

A mudança de nome teria sido consequência de uma abreviação, primeiro, para Rogerinho, modo pelo qual era tratada pelas atrizes maquiadas por ela, e, depois, para Rogéria, epíteto pelo qual ficou conhecida dali em diante.

De voz grave, sem papas na língua e reconhecida pela expressividade forte, Rogéria se dizia satisfeita com o órgão sexual masculino e se mostrava avessa a fazer uma operação para troca de gênero. Bem-humorada, se dizia “o travesti da família brasileira”, uma forma de debochar do preconceito e do moralismo característicos da formação cultural do país.

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