Após participar, em Petrolina (PE) e Juazeiro (BA), de um
grande ato político em defesa do Rio São Francisco e contra a venda da Chesf, o
líder da Oposição no Senado, Humberto Costa (PT), mostrou-se confiante quanto
ao papel da sociedade para barrar os planos do governo de Michel Temer de
privatizar o setor elétrico, iniciativa que, segundo ele, já estava nos planos
dos que derrubaram o governo de Dilma Rousseff. O ato ocorreu nessa sexta-feira
(06) e contou com a participação de lideranças políticas de oposição,
parlamentares, líderes sindicais, da CUT e do PT.
“Volto do Sertão do São Francisco muito animado, pois
vejo que haverá reação. O governo ilegítimo quer vender a preço de banana
patrimônios nacionais como são a Chesf (Companhia Hidrelétrica do São
Francisco) e a Eletrobrás. Mas não será fácil. Constatamos que há uma grande
mobilização contra essa sanha privatista, no fundo, um dos verdadeiros motivos
de terem dado o golpe e afastado do poder uma presidenta legítima (Dilma
Rousseff)”, declarou Humberto, que denunciou a decisão de vender o patrimônio
nacional como uma estratégia dos golpistas derrubaram o governo do PT.
“Tudo é resultado do golpe perpetrado contra a presidenta
Dilma, quando eles mentiam que era para equilibrar as contas do Brasil e acabar
com a corrupção. Na verdade, era para tirar direitos dos trabalhadoras,
desmontar as políticas sociais. E para fazer essa privatização selvagem,
especialmente nesse setor tão estratégico como a da energia”, disse o senador
petista em discurso para uma plateia atenta, às margens do Velho Chico, em
Juazeiro.
Para o líder oposicionista, está claro para a população
que haverá consequências muito duras com uma possível venda do setor elétrico.
A primeira delas será o aumento da conta da energia, coisa que já é admitida,
inclusive, pelos próprios governistas. “Primeiro que não vai ter nada de
bom com essa privatização. Eles mesmos reconhecem que vai haver aumento da
conta de luz, o que significa um peso muito maior para as famílias”,
acrescentou.
Humberto Costa reservou grande parte das críticas ao
ministro das Minas e Energia, o petrolinense Fernando Bezerra Coelho Filho, segundo
ele o “cabeça da venda da Chesf e da Eletrobrás". Lembrou o senador que a
venda da Chesf e da Eletrobrás não irá arrecadar nem de longe o que hoje vale o
setor elétrico brasileiro, que é superavitário e desperta a cobiça do capital
estrangeiro. Humberto chegou a demonstrar “vergonha” pela atuação do ministro.
“Eu quero até pedir desculpas a vocês (o discurso foi em solo da Bahia), pois,
infelizmente, o ministro que está tocando esse projeto absurdo é pernambucano.
Mas é uma vergonha pra todos nós ter um ministro que vai ficar na História
fazendo uma coisa dessa”, salientou.
O senador participou de toda a programação que incluiu
concentração e protesto em frente à Igreja da Matriz, em Petrolina, uma grande
caminhada até a margem do São Francisco, da qual participaram, além de
políticos e sindicalistas, bandas e fanfarras de escolas locais. De lá, a
comitiva seguiu numa travessia do Velho Chico, através de balsa, até Juazeiro,
onde ocorreu apresentação de artistas da terra e pronunciamentos de lideranças
políticas.
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