Mesmo enfrentando dificuldades financeiras, as obras da
Adutora do Agreste começam a entrar na área urbana de Pesqueira, região do
Agreste Central. As intervenções iniciaram na cidade com uma frente de trabalho
para o assentamento de tubulações na Avenida Ézio Araújo, no bairro da Baixa
Grande. Ao todo, serão implantados quase três quilômetros de adutora (400 a 500
milímetros de diâmetro) dentro da cidade até janeiro do próximo ano. As
escavações seguirão pela Rua Alonso Cavalcanti Maciel e depois pela PE-219, sentido
Cimbres. Pesqueira será um dos primeiros municípios do Agreste que receberão
água da Transposição do Rio São Francisco graças à Adutora do Moxotó, outra
obra estruturadora que está em andamento e vai antecipar a chegada da água do
Canal do Eixo Leste da Transposição na Estação de Tratamento de Água, em
Arcoverde. Nesta unidade, o sistema será interligado à Adutora do Agreste, e de
lá a água será transportada para Pesqueira e outras oito cidades da região.
Dos 70 quilômetros de extensão da Adutora do Moxotó, 55
quilômetros já estão prontos. “Estamos preocupados com o término da Adutora do
Moxotó. A água teria condições de chegar em Arcoverde ainda neste ano mas, por
falta da liberação de recursos por parte do governo federal, é bem possível que
a obra não fique pronta em dezembro, como gostaríamos”, informa o presidente da
Compesa, Roberto Tavares, lembrando que esse empreendimento foi a alternativa
encontrada pela companhia, a pedido do governador Paulo Câmara, para permitir
que a água do São Francisco abasteça Arcoverde, Pesqueira, Alagoinha,
Venturosa, Pedra, Sanharó, Belo Jardim, Tacaimbó, São Bento do Una e São
Caetano. A Adutora do Moxotó foi projetada para transportar uma vazão de 450
litros de água, por segundo.
Até o momento, já foram construídos 405 quilômetros da
Adutora do Agreste e mais de R$ 700 milhões investidos somente na primeira
etapa da obra, que iniciou em 2013 e vai beneficiar 23 municípios. A segunda
etapa do projeto ainda não foi conveniada e atenderá os outros 45 municípios da
região. “Essa obra será a redenção para todo Agreste, região de muitos desafios
e com o pior balanço hídrico do país. O Governo Paulo Câmara está preparando
uma estrutura hídrica em Pernambuco para que tenhamos resiliência, e possa
deixar para o futuro uma estrutura que dependa cada vez menos do regime de
chuvas”, explica Roberto Tavares. Hoje, a obra está com 14 frentes de trabalho
simultâneas atuando nos sete lotes do empreendimento. A expectativa da Compesa
era que o governo federal fizesse o repasse de R$ 360 milhões, neste ano, mas
até agora a Adutora do Agreste só recebeu R$ 67,6 milhões, o menor repasse
anual desde o início das obras.
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