Para uma plateia de pesquisadores e profissionais da área da Saúde, o líder da Oposição no Senado, Humberto Costa (PT), fez duras críticas às políticas adotadas para o setor pelo governo de Michel Temer (PMDB). Segundo Humberto, desde que o Sistema Único de Saúde (SUS) foi implantado, é a primeira vez que um ministro da Saúde assume abertamente o papel de atender a interesses corporativos e de instituições privadas em detrimento do próprio sistema e do bem estar da população brasileira. Hoje, quem comanda a pasta é Ricardo Barros (PP).
“Vivemos, sem dúvida, o pior momento da história do SUS.
Desde que o sistema foi implantado, em 1988, todos os ministros que passaram
pela pasta, até mesmo nos governos de Collor e de Fernando Henrique Cardoso,
tinham uma preocupação de melhorar o SUS, de garantir recursos, pensar novos
projetos. Mas o atual comandante da pasta age exatamente fazendo o oposto. Ele
defende mais os planos de saúde que os pacientes. Administra o SUS, mas é o
primeiro a dizer que ele precisa diminuir de tamanho. A quem o ministro está
servindo? Porque ao povo é que não é”, questionou o senador.
Ex-ministro as Saúde, Humberto foi convidado de debate
sobre o SUS no Brasil na conjuntura política e econômica atual. A conversa fez
parte da programação dos 30 anos do Núcleo de Estudos de Saúde Coletiva da
Fundação Oswaldo Cruz (NESC). Para ele, há um claro desmonte das políticas
públicas da área da saúde. “Ricardo Barros não é um médico, é engenheiro de
profissão e só assumiu a pasta porque está na cota do PP. Não é à toa que
estamos sofrendo este desmonte. Estão querendo acabar com tudo aquilo que foi
estabelecido pela constituição de 1988 que, mesmo com idas e vindas, seguia o
objetivo de produzir o bem estar social”, assinalou.
Segundo Humberto Costa, é fundamental manter a
mobilização em favor do SUS. “Precisamos ter ainda mais debates, trazer a
população para a conversa. Levar o problema para as ruas, para as redes e
denunciar qualquer tipo de desmonte do Sistema Único de Saúde. Só com a força
de todos é que conseguiremos barra este processo”, afirmou o senador.
Nenhum comentário:
Postar um comentário