A fome voltou a crescer não só no país, mas em âmbito
global. Em 2016, 11% da população global sofria com a falta de alimento, o que
significa 815 milhões de pessoas em situação de desnutrição no mundo. Um
aumento de 38 milhões de pessoas em relação ao ano anterior. Quanto à América
Latina e Caribe, há um total de 42,5 milhões de pessoas famintas atualmente, o
que representa 6% da população regional. Os dados são da Organização das Nações
Unidas para Alimentação e a Agricultura (FAO), divulgados nesta terça-feira
(5/12).
As projeções de habitantes para 2050, ainda de acordo com
o levantamento da FAO, são alarmantes. Estima-se que o mundo terá um total de
9,8 bilhões de pessoas, 70% delas vivendo em áreas urbanas. Além disso, de
acordo com estudo, a fome mundial voltou a crescer "por consequência dos
conflitos armados, mudanças climáticas e da deterioração de algumas
economias". Trezentos e oitenta e nove milhões de pessoas em estado de
fome vivem em países afetados por conflitos armados. Elizabeth Nascimento,
docente em toxicologia da USP, se preocupa com a população faminta. "Não
comer acarreta mais riscos, muito maiores, que comer algo com poucos resíduos
(de agrotóxicos)”, comenta.
Dessa forma, a produção mundial de alimentos deve
aumentar em 70% de acordo com FAO, e o Brasil tem papel fundamental nisso,
tendo em vista que a produção agrícola do país duplicou desde 1990. Para Alan
Bojanick, representante da FAO no Brasil, o aumento é preciso. "Nós vamos
precisar aumentar porque a quantidade de pessoas cresce e o consumo não é o
mesmo de 20 anos atrás", afirma.
Até 2030, devem ser cumpridos 17 objetivos, 169 metas e
230 indicadores dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Maurício
Lopes, presidente da Empresa Brasileira de Agropecuária (Embrapa), afirma que
todos os objetivos traçados tem relação com o rumo da alimentação. "É uma
relação de interdependência. Os alvos se complementam e se reforçam para que o
progresso não se comprometa pelo progresso, passando por cima de outros
objetivos, e esses objetivos de 2030 impactam na agenda de 2050”, diz. (AFP)
Nenhum comentário:
Postar um comentário