Durante todo o ano de 2017, o Centro de Assistência Toxicológica de Pernambuco (Ceatox-PE) realizou 4.857 primeiros atendimentos pelo seu 0800.722.6001 para auxiliar em casos de intoxicações exógenas ou acidentes com animais peçonhentos. O quantitativo é 6% maior que 2016, com 4.578. Em 2017, juntando o trabalho de acompanhamento dos casos, o número de atendimentos sobe para 12.960 – contra 10.717 em 2016 (ampliação de 20%).
“Os principais casos continuam sendo relacionados aos
acidentes com animais peçonhentos, principalmente escorpião; medicamentos e
agrotóxico agrícola, conhecido popularmente como chumbinho. Precisamos
continuar orientando a população para evitar essas ocorrências. Mas existindo o
caso, os pernambucanos precisam saber que o 0800.722.6001 do Ceatox funciona 24 horas por dia,
todos os dias da semana e que a ligação é gratuita. Estamos aptos a auxiliar os
profissionais de saúde na realização do atendimento especializado, além de
orientar a população em geral”, diz a pediatra e coordenadora do Ceatox,
Lucineide Porto.
ANIMAIS PEÇONHENTOS – Dos 1.975 primeiros
atendimentos relacionados com animais peçonhentos, 1.329 foram de picadas de
escorpião. “A população precisa saber que, em casos de acidente, é
imprescindível lavar o local da picada apenas com água e sabão e seguir para a
unidade de saúde mais próxima, para que seja feito o tratamento para dor local.
Se a vítima for uma criança de até 12 anos, que tem risco de morte, pode haver
indicação do uso do soro contra o veneno. Vale ressaltar que menores picados
por escorpiões obrigatoriamente não necessitam tomar o soro específico, sendo
indispensável uma criteriosa análise da equipe médica para avaliar a
necessidade do soro”, reforça Lucineide.
No Estado, o soro está disponível no Hospital da
Restauração (Recife), Hospital Jaboatão-Prazeres (Jaboatão dos Guararapes) e
Hospital João Murilo (Vitória de Santo Antão). No interior, nos hospitais
regionais de Limoeiro, Palmares, Garanhuns, Arcoverde, Afogados da Ingazeira,
Serra Talhada, Salgueiro, Ouricuri e Petrolina, além do Hospital Mestre Vitalino,
em Caruaru. Importante lembrar que se a população observar presença de
escorpiões nas residências, é necessário entrar com contato com a vigilância
ambiental municipal e solicitar uma visita ao imóvel.
MEDICAMENTOS – A segunda principal demanda no 0800
do Ceatox está relacionada ao uso de medicamentos. Em 2017, foram 1.213 casos,
sendo 302 envolvendo crianças entre 1 e 4 anos. Em 2016 foram 1.036 (269 em
crianças de 1 a 4 anos). “Os pais ou responsáveis precisam ficar atentos ao
armazenamento dos fármacos, que muitas vezes são coloridos e podem ser
confundidos por alguma guloseima. É importante que os medicamentos fiquem
guardados em locais altos ou em recipientes trancados”, diz a coordenadora do
Ceatox.
Quando os adultos forem tomar um remédio ou dar a seus
filhos, é preciso checar a dosagem correta e se o produto está dentro da
validade. Em caso de dúvida, é imprescindível retornar ao profissional médico
ou procurar um farmacêutico, evitando, assim, algum tipo de intoxicação.
RATICIDA – O produto popularmente conhecido como
chumbinho é utilizado erroneamente como um raticida. Trata-se, na verdade, de
um agrotóxico agrícola vendido criminosamente e clandestinamente como eficiente
para matar ratos, o que não é verdade. “O chumbinho não é eficaz contra as
colônias de rato. Esse produto ainda é perigoso para os seres humanos, pois sua
ingestão pode causar o óbito em poucas horas”, avisa.
Em 2017, o Ceatox atendeu 375 casos envolvendo o
agrotóxico agrícola – em 2016 foram 361. “O chumbinho causa problemas no
sistema nervoso, respiratório, cardiovascular, digestivo. Depois da ingestão, a
pessoa, pode apresentar diminuição dos batimentos cardíacos, dor abdominal,
distúrbios neurológicos, e dificuldade de respirar”, explica Lucineide Porto.
Ela ainda conta que o produto pode contaminar uma pessoa no simples contato com
a pele ou respiração. Em caso de ingestão, dependendo da quantidade, pode levar
à morte.
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