Estadão Conteúdo
Às vésperas do julgamento no Tribunal Regional Federal da
4ª Região (TRF-4), o PSB decidiu se manifestar publicamente em apoio ao
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Após reunião da Executiva Nacional, o
partido divulgou nesta terça-feira, 23, uma nota condenando a celeridade do
processo e defendendo o direito do petista a disputar as eleições.
Em nota, a sigla fala em "atipicidade na
velocidade" em que o recurso do ex-presidente tramitou na segunda
instância e diz que a Justiça, ao superar sua morosidade habitual com os demais
cidadãos, "terminou por criar um fato político".
Carta
Assinada pelo presidente da legenda, Carlos Siqueira, a
mensagem destaca que uma solução política, por meio das urnas, é necessária
para que o País supere a crise que se arrasta pelos últimos anos.
"Considera-se que o tribunal político mais adequado em uma democracia é o
voto popular, em eleições livres - avaliação essa que é comum, no presente
caso, à maioria das forças políticas responsáveis, independentemente de seu
espectro ideológico", afirma o partido.
Legenda que pertence ao bloco de oposição ao governo
Michel Temer, o PSB se distanciou do PT no início do processo eleitoral de
2014, quando lançou a candidatura à Presidência da República do ex-governador
de Pernambuco Eduardo Campos, morto em um acidente aéreo durante a campanha
daquele ano.
Ao retomar seu posicionamento político de partido de
esquerda, o PSB se reaproximou dos petistas na atuação contra as reformas
trabalhista e previdenciária no Congresso Nacional, mas ainda assim quer manter
uma "distância regulamentar" do PT para marcar posição como
alternativa de esquerda nas eleições deste ano.
Apesar das pressões de dirigentes do PT, o partido não
deve assinar o manifesto "Eleição sem Lula é Fraude". O documento que
defende o direito do petista de ser candidato ao Palácio do Planalto, já foi
assinado até pelo deputado Paulo Pereira da Silva, presidente do Solidariedade
e da Força Sindical, crítico do PT. O PSB, no entanto, não proibiu seus
filiados de participar das manifestações públicas em defesa de Lula marcadas
para terça e quarta-feira (24).
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