Páginas

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

Tabaqueiros fazem festa no Carnaval de Afogados da Ingazeira



Tabaqueiro. Você pode até nunca ter ouvido falar, mas se perguntar sobre ele em Afogados da Ingazeira, no Sertão do Estado, a 370 quilômetros da capital, vai saber que é sinônimo de folia. Os tabaqueiros são os personagens típicos do Carnaval da cidade e alegram as ruas da cidade com seu colorido e disposição.

Eles surgiram por volta da década de 60, na mesma época em que começou o carnaval de rua em Afogados da Ingazeira. “No começo eles eram chamados de papangus, mas com o tempo eles incorporaram à fantasia um pequeno recipiente feito chifre de bode ou boi, onde dentro ficava o rapé, aquele fumo torrado e muído que o pessoal inala. Daí como eles ofereciam o produto para as pessoas mais velhas quando chegavam nas residências passaram a ser chamados de tabaqueiros, tudo por conta da caixinha de fumo que levavam”, contou o artista plástico Beijamim Almeida.

De acordo com ele, depois o termo também foi adquirindo outro sentido. “Com o passar do tempo, tabaqueiro acabou virando sinônimo de tudo que era feio ou chato, porque eles assustavam algumas crianças e ficavam atazanando o juízo das pessoas”, explicou Beijamim.

Não existe uma vestimenta padrão propriamente dita. Eles usam máscaras diversas e fantasias coloridas que cobrem o corpo inteiro, muitas vezes até com luvas, para não serem identificados. Em comum, os chocalhos presos nas cinturas e um chicote, assim como os caretas de Triunfo. Ou seja, por onde passam é aquela barulheira.

FAMÍLIAS

A brincadeira é adotada por famílias inteiras, como a do operador de sistemas Douglas Pires, de 30 anos, que sai de tabaqueiro junto com o filho de sete. “Sou afogadense com orgulho e o tabaqueiro é a figura tradicional da nossa cidade. Então vestir essa fantasia é engrandecer o nome da cidade e da nossa cultura. Sinto um prazer enorme de sair assim, quando eu coloco essa roupa sinto um prazer que nem sei explicar. Só quem é tabaqueiro sabe”, afirmou Douglas.

Um prazer já compartilhado pelo filho, Anthony Luigi Pires. “Quando eu tinha três anos eu vi ele se montando para sair e eu pedi pra ele comprar uma fantasia pra mim também. Aí começei a correr de tabaqueiro todo carnaval e não quero parar mais”, disse o garoto, pulando ao lado do pai.

Nenhum comentário:

Postar um comentário