A Paixão de Cristo de Nova Jerusalém, que inicia sua temporada na próxima semana, dia 24, na cidade-teatro localizada no município do Brejo da Madre de Deus (PE), tem como uma das atrações que chamam à atenção do púbico a participação de belos cavalos que compõem as cenas em momentos importantes do espetáculo.
Ao todo são seis animais que interagem com o elenco em
cenas cruciais do espetáculo. Eles estão no Fórum de Pilatos, quando adentram
no cenário do Fórum, puxando a biga de Pilatos; no cortejo conduzindo Jesus até
o Calvário e também no momento em que Cristo morre na cruz.
A ideia de introduzir os cavalos no espetáculo partiu do
idealizador e construtor da cidade-teatro de Nova Jerusalém, Plínio Pacheco, em
1995. Coube ao veterinário Antônio Morotó, amigo de Plínio, conseguir um
exemplar que tivesse as características necessárias para compor a cena. A
partir daí, começa a história de sucesso da participação dos animais na
encenação.
Hoje, 23 anos depois, Morotó, que trabalha com cavalos há
quatro décadas, comanda a equipe de cinco profissionais que lidam com os
animais. O mais imponente, um animal de cor preta da raça Friesian, de origem
holandesa, e outros dois cavalos Lusitanos, vêm de Atibaia, interior de São
Paulo. Os demais são da raça Quarto de Milha da região agreste de Pernambuco.
Na entrada triunfal de Pilatos, ao som das trombetas
romanas, o Friesian puxa o cortejo seguido dos dois Lusitanos, no meio vem o
“segurança” que é Quarto de Milha, quase imperceptível por causa da baixa
estatura, e outros dois Quarto de Milha que ficam mais próximos ao veículo. Na
morte de Cristo, em meio a trovões, relâmpagos e terremoto, o cavalo negro
empina em frente a cruz tornando a cena ainda mais impactante.
Morotó explica que, apesar de já adestrados, os animais
ensaiam diariamente o percurso depois de terem passado por um período de
adaptação. “Oito dias antes do início da temporada, os cavalos descansam da
viagem, têm um contato com a equipe, conhecem o tom das vozes e sentem o cheiro
de cada um dos condutores para criar uma relação de confiança. Após essa
interação, eles fazem alguns passeios livres pela cidade-teatro antes de
iniciar os ensaios com a biga e a formação do cortejo, repetidos à exaustão”,
explica.
Para garantir a segurança do elenco, os atores que lidam
diretamente com os cavalos são orientados para que tenham confiança nos animais
e no trabalho da equipe. “Quando iniciamos os ensaios, trabalhamos para que
haja uma interação com os atores e também para que os cavalos se acostumem com
a iluminação e com o som para evitar que eles fiquem agitados e venham a causar
algum acidente que, graças a Deus, até hoje não houve nenhum”, ressalta.
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