Por Cristiano Carlos
O 8º Fórum Mundial da Água terminou na última semana e, a
partir de agora, as nações seguem com o desafio de colocar em prática as
sugestões apresentadas no encontro para a melhoria e defesa dos recursos
hídricos do planeta. No Brasil, as políticas e os investimentos em recursos
hídricos precisam ser eficientes para proteger as bacias, preservar as
florestas, os rios e os mananciais. Outro desafio é promover, também, o
tratamento do esgoto em todas as cidades brasileiras.
Aliás, um dos maiores desafios na defesa dos recursos
hídricos está justamente nas cidades. De acordo com dados da Agência Nacional
de Águas (ANA), as cidades brasileiras consumiram cerca de 500 mil litros de
água por segundo, dos mais de dois milhões de litros retirados na natureza para
o abastecimento do país em 2016.
Quanto ao descarte da água após o uso pela população, os
números da ANA revelam um cenário preocupante: dos 500 mil litros de água
retirados da natureza por segundo ao ano, quase 400 mil são descartados como
esgoto. Destes, menos de 40% são coletados e tratados.
O especialista em Engenharia Ambiental da Universidade de
Brasília (UnB), Sérgio Koide, lembra que a falta de saneamento básico de
qualidade nas cidades é o maior fator poluente no país. “Nós temos muitos
problemas a superar. Eu acho que nesse sentindo, de maneira geral, tanto o
governo Federal quanto os governos estaduais têm falhado no país”, explicou.
O governo Federal estuda editar uma Medida Provisória
para ajustar o marco regulatório do saneamento básico e tornar as regras do
setor mais simples e padronizadas. O objetivo é facilitar a aplicação de
recursos na fomentação de saneamento e atrair parcerias privadas nos projetos
de infraestrutura hídrica nos estados. De acordo com a Casa Civil da
Presidência da República, o documento está sendo elaborado por uma equipe
interministerial formada por técnicos de várias pastas do governo e ainda não
tem data para ser divulgado.
Além disso, é necessário que haja maior conscientização
da população para uso e o descarte corretos da água, como lembra a especialista
em Políticas Industriais, Ilana Dalva Ferreira. “A população precisa entender a
importância do saneamento para a vida dela. As pessoas precisam entender que,
se elas não tiverem uma água de qualidade na casa delas, e se, quando elas dão
descarga aquilo não vai para um lugar adequado, elas vão ficar doentes”, disse.
Nenhum comentário:
Postar um comentário