Após uma semana de muito debate sobre compartilhamento de
gestão dos recursos hídricos, o 8° Fórum Mundial da Água encerrou a programação
nesta sexta-feira (23). Segundo os organizadores, o evento, que aconteceu em
Brasília, atingiu o objetivo de disseminar o assunto e fazer com que os
responsáveis aprimorem políticas públicas que reduzam o consumo hídrico
mundial.
Parte das atividades estava concentrada na Vila Cidadã,
localizada no estádio Mané Garrincha e aberta ao público. Quase 100 mil pessoas
frequentaram o local desde o dia 17. Desse total, segundo os organizadores, 40
mil eram crianças e jovens.
A cerimônia de enceramento ocorreu no Centro de
Convenções Ulysses Guimarães, na zona central de Brasília. Em entrevista
exclusiva à Agência do Rádio, o presidente do Conselho Mundial da Água,
Benedito Braga, agradeceu a presença e o engajamento daqueles que trabalharam
ou compareceram ao evento, que pela primeira vez foi realizado em um país do
hemisfério sul. Além disso, destacou que a água não será motivo de impasses,
mas sim, de união entre pessoas.
“Água é o elo de integração das pessoas. Nós não podemos
imaginar como muitas pessoas falam, que vão haver guerras pela água. Nós
teremos união de pessoas pela água. Então um evento como esse, que traz
representantes de mais de 170 países, nos seus mais diversos setores, regional,
político, cidadão, sustentabilidade, tende a fortalecer a agenda da água”,
ressaltou Braga.
Além de incentivar população a poupar e usar a água de
forma racional, o fórum destinou orientações de eficiência na utilização dos
recursos hídricos para importantes setores da economia, como a indústria e o
agronegócio.
Segundo o gerente-executivo de Meio Ambiente e
Sustentabilidade da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Davi Bomtenpo,
diversos projetos já estão em prática nos processos de produção, o que colabora
para o uso mais sustentável da água.
“A indústria como um todo está no caminho. A gente pode
ver essa questão da indústria automotiva usando 50% a menos de água no seu
processo produtivo. Cada vez mais investindo na recirculação,” exemplifica
Bomtenpo.
O especialista explicou ainda que existem setores com
mais de 50% no índice de recirculação de água, investindo também na captação de
chuva. “Eu acho que, cada vez mais, esse papel da indústria vem sendo
considerado como uma parte da solução desse problema”, complementou.
Segundo informações do governo de Brasília, a oitava
edição do Fórum Mundial da Água recebeu 12 chefes de Estado, 134 parlamentares
e 70 ministros de 56 países. Além disso, a cobertura do evento foi feita por
1.968 profissionais de imprensa, sendo 150 deles estrangeiros. A próxima edição
acontecerá em 2021 em Dakar, no Senegal.
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