Membro do Conselho da República, órgão previsto na
Constituição Federal para tratar de temas de gravidade para o país, o líder da
Oposição no Senado, Humberto Costa (PT-PE), criticou, nesta terça-feira (6), o
presidente Michel Temer (MDB) e seus ministros pela ineficácia da intervenção
federal militar no Rio de Janeiro. O parlamentar avalia que a medida é puro
marketing para recuperar a imagem do governo e não teve qualquer planejamento.
Humberto questionou, diante dos próprios ministros, a
eficácia das últimas operações realizadas em favelas da capital fluminense,
como o governo pensa em acabar com a corrupção policial sistêmica no Estado e
com que dinheiro vai executar a intervenção.
A fala foi feita em sessão temática no plenário do
Senado, que contou com a participação de Raul Jungmann (Segurança Pública) e
dos generais Joaquim Silva e Luna (interino da Defesa) e Sérgio Etchegoyen
(Gabinete de Segurança Institucional).
“O governo não tem condições de fazer políticas de
segurança pública e social sem dinheiro no orçamento. O Palácio do Planalto foi
responsável pela aprovação da PEC do congelamento de gastos aqui. Então, como
os senhores pretendem executar ações em áreas tão sensíveis à sociedade com
esse engessamento da verba produzido pelo próprio Poder Executivo e seus
aliados no Congresso?”,perguntou.
O senador, que espera a redução da criminalidade no Rio,
em Pernambuco e em todo o Brasil, avalia que dificilmente a missão conseguirá
eliminar o “vírus da corrupção” da estrutura policial e evitar que esse mesmo
vírus contamine as tropas federais que lá estão. “Em outros países, houve esse
problema”, alertou.
Para o líder da Oposição, o envolvimento permanente do
comando da Polícia Militar com organizações criminosas e o peso das indicações
políticas na área de segurança pública, no Rio de Janeiro, contribuem para que
a situação esteja caótica como está.
“E os aliados do governo, aqui, continuam defendendo a
revogação do Estatuto do Desarmamento. A quantidade de projetos no Congresso
que dá direito de posse de arma a diferentes segmentos é enorme. Dar armas para
as pessoas não resolve o problema e o governo já deveria saber disso”, disse.
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