O ex-presidente Lula concedeu uma longa entrevista à Folha de S.Paulo (Leia aí) em que
voltou a reafirmar sua tranquilidade diante da certeza de sua inocência e da
ausência de provas que o incriminem.
“Sabe por que não tenho medo? Porque eu tenho a
consciência tão tranquila. Sabe do que eu tenho medo de verdade? É se
esses caras pudessem mostrar à minha bisneta que fez um ano no domingo que o
bisavô dela roubou um real. Isso realmente me mataria”, disse o petista.
Lula rejeitou a comparação do atual momento com o período
que antecedeu o suicídio de Getúlio Vargas.
“Até porque não vou me matar. Eu gosto da vida pra
cacete. E quero viver muito. Tô achando que eu sou o cara que nasceu para viver
120 anos. Dizem que ele já nasceu, quem sabe seja eu?
Tô me preparando. Levanto todos os dias às 5h da manhã,
faço duas horas e meia de ginastica, tomo whey [complexo de proteínas] todo dia
para ficar bem forte. E vou levando a vida assim. Eu não tenho essa perspectiva
nem de me matar nem de fugir do Brasil. E vou ficar aqui. Aqui eu nasci, aqui é
o meu lugar. Eu não tenho medo de nada. Só de trair o povo desse país. É por
isso que eu estou aqui, fazendo a minha guerra”, disse.
Líder absoluto nas pesquisas, Lula aproveitou para falar
como sua candidatura incomoda. Tanto à esquerda quanto à direita. O petista
rebateu a declaração de Ciro Gomes de que “ninguém acredita que ele seja
candidato”.
“Se eu não acreditasse na possibilidade de a Justiça
rever o crime cometido contra mim pelo [juiz Sergio] Moro, [que o condenou à
prisão] e pelo TRF-4 [Tribunal Regional Federal da 4ª Região, que confirmou a
sentença], eu não precisaria fazer política.
Não acho que ninguém acredita na possibilidade de eu ser
candidato. Era mais fácil o Ciro dizer “tem gente que não quer que Lula seja
candidato”. E ele quem sabe se inclui nisso.
Só tem unanimidade hoje no meio político: as pessoas não
querem que o Lula seja candidato. O Temer não quer, o Alckmin não quer, o Ciro
não quer. Eles pensam: “ele [Lula] vai para o segundo turno e pode até ganhar
no primeiro. Se ele não for candidato, em vez de uma vaga no segundo turno,
podemos disputar duas”. Aumenta a chance de todo mundo.”
Clique e leia: entrevista à Folha de S.Paulo
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