Todos os veículos brasileiros precisarão trocar suas placas até 31 de dezembro de 2022 para seguir o padrão Mercosul. A decisão foi tomada pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran), na última terça-feira (06/03) , em reunião. É esperado um gasto de R$ 18 bilhões com as novas placas (cada uma deverá custar entre R$ 120 e R$ 200). O conselheiro e representante do Ministério do Meio Ambiente, Francisco de Assis Peres Soares, pediu vistas do processo e teve a solicitação negada pelo presidente do colegiado, Maurício José Alves Pereira, que também chefia o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran).
Devido à negação do presidente do colegiado, Soares se
absteve de seu voto. De acordo com a decisão do órgão, as placas devem conter
identificação de estados e municípios, medida que contraria a consulta
realizada pelo próprio Denatran ao Ministério das Cidades. No ofício
encaminhado à assessoria de Relações Internacionais da pasta, o departamento
questionou a necessidade de constar no novo modelo de placas brasões de
identificação regional.
Segundo informações postadas no blog do Jornalista
Vicente Nunes, do jornal Correio Braziliense, o chefe da assessoria, Nicola
Speranza, declarou que, na resolução do Mercosul a qual definiu as
características da placa, não foi previsto o uso de brasões de estados e
municípios. “Portanto, a eventual introdução de indicadores regionais e locais
na Placa Mercosul por parte de qualquer um dos países contraria as decisões
indicada na resolução”, informa em memorando ao Denatran.
Técnicos envolvidos no processo assumiram que a medida
tem cunho arrecadatório. Além de faturar entre R$ 11,4 bilhões e R$ 18,9
bilhões com a troca de placas — que devem custar entre R$ 120 e R$ 200 cada uma
— o setor ainda teria uma demanda garantida com a transferências de veículos de
um estado a outro. Nesse caso, uma nova placa teria de ser feita. Em 2017,
foram realizadas 1,4 milhão de transferências, conforme dados do Denatran.
Placa tecnológica
A medida também prevê a implantação de um chip e uma
película na placa. Entretanto, alguns especialistas afirmam que o sinal do
dispositivo piora com o uso da película. Além disso, foi previsto o uso de um
QR Code e de um lacre. No entanto, os parâmetros do código não foram definidos
na norma aprovada.
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