Do JC Online
O governador Paulo Câmara (PSB) vai mesmo visitar o
ex-presidente Lula (PT) na carceragem da Polícia Federal em Curitiba, no
Paraná. Os governadores do Nordeste visitarão o ex-presidente nesta terça-feira
(10), às 15h. Oficialmente, o Palácio do Campo das Princesas ainda não confirma
a agenda.
Paulo busca o apoio do PT para consolidar seu projeto
pela reeleição. Pesquisas mostram que Lula tem um recall eleitoral forte em
Pernambuco, principalmente no interior.
Paulo criticou prisão
Em nota divulgada após a decretação da prisão pelo juiz
federal Sérgio Moro, responsável pelos processos da Operação Lava Jato, Paulo
Câmara saiu em defesa de Lula e disse que a manutenção da liberdade do
ex-presidente não era uma ameaça à sociedade que justificasse o encarceramento.
O socialista também registrou que Lula continuava contando com o seu respeito e
solidariedade.
Mais cedo, no mesmo dia, Paulo Câmara havia dito que
continuaria as conversas políticas com o PT, independentemente da questão
judicial, porque ela nunca foi um ponto de discussão. Questionado se, mesmo
preso, Lula agregaria valor eleitoral ao projeto pela reeleição, o governador
disse que “todo pernambucano tem respeito e gratidão com Lula”. Ele também
citou pesquisas que mostravam o reconhecimento dos pernambucanos pelo que o
petista fez no Estado. O prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB), também emitiu
nota de solidariedade a Lula.
Embora as manifestações tenham sido descritas como
meramente formais pela ala do PT que defende a candidatura própria, o gesto de
aproximação foi reconhecido pela sigla. “Eu acho que é importante o
posicionamento do governador e do prefeito. O que está acontecendo com Lula não
é só algo que mexe com o PT, mas com o País, a democracia e os direitos do
povo. Não foram só eles. Mas eles são lideranças importantes em Pernambuco.
PSOL, PCdoB e PDT também se solidarizaram e estiveram conosco”, afirmou o
presidente do PT-PE, Bruno Ribeiro.
O PSB esperava contar com o apoio de Lula para consolidar
a reeleição de Paulo pelo grande apelo que o petista ainda tem no eleitorado
pernambucano, principalmente no interior. Para isso, chegou a sinalizar que
abriria espaço para o PT na chapa majoritária e nomearia representantes da
sigla para cargos no primeiro escalão do governo. As negociações com o PT
nacional, porém, ainda não foram suficientes para rifar as pré-candidaturas
próprias da sigla ao governo. Uma candidatura do PT favorece o plano da
oposição de levar a disputa ao segundo turno.
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