O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP)
protocolou nesta quarta-feira (18) um pedido de impeachment do presidente
Michel Temer. O pedido, de um parlamentar ligado à pré-candidata à
Presidência Marina Silva, se baseia em reportagem da Folha de S.Paulo
sobre o pagamento de uma reforma na casa de Maristela Temer, filha do
presidente.
De acordo com a reportagem, a obra na casa de Maristela foi
paga em dinheiro vivo pela esposa do coronel João Baptista Lima Filho, amigo do
emedebista. A Polícia Federal investiga a reforma no imóvel sob a suspeita de
que tenha sido bancada com propinas da JBS.
O senador da Rede fez o pedido de
impeachment argumentando que Temer cometeu crime de responsabilidade e de
violação à probidade e ao decoro. No pedido, Randolfe argumenta que o pagamento das
obras em dinheiro vivo “não registrado em transação bancária, o que não nada é
usual” ocorreu durante período em que o delator Ricardo Saud, da JBS, afirma
ter repassado R$ 1 milhão ao coronel Lima, a mando de Temer.
O senador afirma ainda que, embora os atos
sejam anteriores ao mandato presidencial, o que o protegeria pela imunidade
constitucional, Temer respondeu a questionário da Polícia
Federal, em janeiro desse ano, que jamais recebeu valores de caixa dois ou
realizou transações financeiras com o coronel.
“Confirmadas as denúncias quanto à reforma milionária na
casa de sua filha, o presidente terá mentido, no exercício do mandato, à
autoridade policial, não estando a salvo de responder, portanto, por este ato”,
diz o documento. Cabe ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), analisar
a solicitação.
Denúncia
Na semana passada, a Justiça aceitou denúncia de
organização criminosa contra nove pessoas, entre elas, o coronel Lima. Além do
R$ 1 milhão que teria sido entregue ao coronel, a delação de executivos da JBS também
levantou a suspeita de que a Rodrimar, empresa que atua no Porto de Santos, foi
beneficiada por Temer com a edição de um decreto. Essa investigação
corre perante o Supremo. Lima também é investigado no caso. (FolhaPE)
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