A defesa do ex-presidente Lula apresentou, nessa
sexta-feira (18/5), recurso contra a decisão que suspendeu benefícios que o
petista tem direito por ter ocupado o cargo de presidente da República.
Na decisão de quinta-feira (17/5), o juiz federal
Haroldo Nader, de Campinas, determinou que a União retirasse de Lula os quatro
seguranças, dois motoristas e dois assessores. A ação popular, movida por um
advogado, argumentou que manter os benefícios ao ex-presidente, preso desde 7
de abril, causaria dano ao erário.
No recurso, assinado pelo advogado Cristiano Zanin Martins,
a defesa de Lula argumentou que a decisão não pode continuar vigente porque os
benefícios são “prerrogativas e direitos assegurados em lei para todos os
ex-presidentes da República”.
Citando o parecer dos professores Lenio Streck e
André Karam Trindade, os advogados apontam que as prerrogativas “não são
privilégios, favores ou benesses, mas sim direitos que determinam um tratamento
legal diferenciado em razão de uma situação jurídica também diferenciada”.
Ainda de acordo com o parecer, durante a privação de
liberdade, o ex-presidente deve ter acesso amplo e irrestrito aos assessores,
conforme previsto em lei. A defesa diz também que no apoio pessoal dos
assessores “estão incluídas providências para a preservação de documentos
relativos à memória do ex-presidente”.
Para os advogados, o juízo de primeiro grau não seguiu o
critério da legalidade e sim considerações subjetivas, a medida que por
“oportunidade e conveniência” concluiu que Lula não teria necessidade de
usufruir dos direitos e prerrogativas por estar privado de liberdade.
Por fim, a defesa alega que a lei prevê os
direitos e que “não há na lei, ainda, qualquer hipótese prevista para afastar o
exercício desses direitos”.
Fonte: Consultor Jurídico
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